Estudar partículas subatômicas nunca antes observadas pelos cientistas não é a única função do Grande Colisor de Hádrons, desenvolvido pela Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN, na sigla em francês). A mesma tecnologia para rastrear partículas será aplicada na Medicina e promete revolucionar os diagnósticos por imagem: batizado de Medipix 3, um scanner criado por pesquisadores do CERN consegue exibir imagens coloridas e em três dimensões de tecidos e estruturas ósseas de nosso organismo— uma evolução em tanto em relação aos atuais aparelhos de raios-x. 

Para conseguir obter as imagens detalhadas, o Medipix 3 rastreia as partículas de radiação eletromagnética da parte do corpo que será analisada. Como uma câmera digital, o aparelho diferencia cada partícula e exibe o detalhamento das diferentes "camadas" de nosso organismo.

Um algoritmo que opera junto do aparelho é responsável por interpretar todas as informações recebidas e convertê-las em imagens, que fornecem uma visualização detalhada com a disposição real do tecido, músculo e ossos — incluindo a densidade de gordura, líquidos e a concentração de minerais. 

Descobertos em 1895 pelo cientista alemão Wilhelm Röntgen, os raios-x são uma forma de radiação eletromagnética (assim como a luz). Ao utilizar um aparelho para analisar os diferentes espectros da onda eletromagnética, Röntgen notou que, ao fornecer energia aos elétrons presentes na máquina, uma radiação emitida conseguia marcar uma chapa fotográfica e fornecer uma imagem. Como não conhecia qual tipo de radiação conseguia realizar aquele fenômeno, o cientista deu o nome de "raios-x" à descpberta. 

Posteriormente, pesquisadores analisaram que, ao entrar em contato com o corpo humano, essa carga de radiação eletromagnética era absorvida por materiais de alta densidade (como os ossos), mas atravessava estruturas menos densas (como os músculos do corpo). Assim, foi possível aplicar a técnica descoberta por Röntgen para analisar o interior do organismo sem a necessidade de incisões cirúrgicas. 

Amplamente utilizada em todo o mundo, a técnica de obtenção de imagens a partir dos raios-x não consegue analisar com detalhes as estruturas internas do corpo humano. Com o aparelho desenvolvido no CERN, os pesquisadores acreditam que as informações exibidas conseguirão fornecer diversos dados para os médicos — um paciente que sofre de osteoporose, por exemplo, pode saber qual a exata concentração de cálcio em um determinado osso de seu corpo. 

Por enquanto, os cientistas ainda não divulgaram quando o aparelho poderá chegar ao mercado. 

Fonte: Revista Galileu
14/07/2018 - 11h07/ ATUALIZADO 11h07 / POR REDAÇÃO GALILEU

 

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