REVISTA BIOETHIKOS
ABRIL / JUNHO DE 2012
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Editorial:
Bioética no futuro e o futuro da Bioética
Ao trilhar pelas sendas mundiais do ‘movimento cultural’ da bioética, durante esses últimos trinta e dois anos, participamos em nada menos do que em dez edições de Congressos Mundiais da Associação Internacional de Bioética (IAB), em uma ainda curta história do início da bioética, que surgiu há apenas 42 anos, tomando a data referencial o início dos anos 70 nos EUA. Esses congressos vão ocorrer a cada dois anos, somente a partir dos anos 90. Sinteticamente este foi recorrido histórico: 1992 – Amsterdam (Holanda); 1994 – Buenos Aires (Argentina); 1996 – São Francisco (EUA): Bioética num mundo interdependente; 1998 – Tóquio (Japão): Bioética Global; 2000 – Londres (Inglaterra): Bioética e políticas publicas; 2002 – Brasília (Brasil): Bioética: poder e injustiça; 2004 – Sidney (Austrália): Ouvir profundamente: construindo pontes éticas entre a realidade local e a global; 2006 – Pequim (China): Bioética: em busca de uma sociedade justa e saudável; 2008 – Rijeka (Croácia): Bioética, saúde e cultura; 2010 – Singapura: Bioética num mundo globalizado; 2012 – Rotterdam (Holanda): Pensando adiante: bioética no futuro e o futuro da bioética; 2014 – previsto para a Cidade do México (México).
A partir da temática central do XI Congresso Mundial (Rotterdam, 23-26 de junho de 2012), pensando adiante: bioética no futuro e o futuro da bioética, destacam-se alguns temas desafiantes para o futuro, entre outros: crescimento da população mundial nos países pobres, com as consequências sérias que podemos ter no futuro, de um lado, e a questão do envelhecimento da população, principalmente nos países mais ricos e desenvolvidos, e a consequente preocupação com as doenças crônico-degenerativas como: Parkinson, Alzheimer, demência, entre outras.
Uma pergunta na fronteira do avanço da pesquisa tecnológica em relação à vida humana: viver para sempre? Uma plenária abordou o assunto do debate corrente em torno do melhoramento (enhancement) cognitivo e moral. Em sessão informal, com comidas e bebidas estilo talk show, com música, denominada “café político”, com a temática “A bioética se encontra com a bio-política”, ao final da tarde, discutiu-se, com políticos e bioeticistas, qual a contribuição da bioética para a elaboração de políticas públicas?; o bem-estar animal com Peter Singer, e medicina antienvelhecimento: viveremos para sempre?
Outra questão-chave para o futuro da bioética é a temática da educação em bioética, que aos poucos vai ganhando maior visibilidade com o surgimento de novos centros de bioética em Institutos de Pesquisa e Universidades pelo mundo afora.
A partir do que foi dito na mesa-redonda final com todos os ex-presidentes da Associação Internacional de Bioética, fala-se que a bioética precisa estar em sintonia, discutindo as questões mais importantes da humanidade. Necessita ser valorizada como um importante campo de reflexão sobre o mundo da vida; deve se preocupar mais com educação das novas gerações de especialistas que estão surgindo na área; ser mais inclusiva no âmbito das profissões, para além das clássicas áreas da filosofia, teologia, medicina e direito; abarcar as novas profissões; trabalhar mais o seu aspecto interdisciplinar; alimentar mais o diálogo e o respeito pelo diferente em uma realidade sempre mais pluralista e complexa. (cf. nossa comunicação, p. 234).
Sintonizados com estas preocupações temáticas em relação ao futuro da bioética, a presente edição da Revista Bioethikos destaca a contribuição de renomados pensadores no desenvolvimento de temas tratados no 8º Congresso Internacional de Bioética Clínica, realizado em São Paulo (16-19 de maio de 2012), que em sintonia temática ao evento mundial de Rotterdam, assinala a necessidade premente de pontuar questões que permitam construir um futuro mais digno e justo para todos. Nessa perspectiva é que autores como Fermin Schramm apresenta a temática Questões conceituais e metaéticas da bioética clínica: uma introdução; Darlei Dall’Agnol reflete sobre o Cuidar e Respeitar: atitudes fundamentais na bioética; Limites da ética, tema aprofundado por Olinto Pegoraro. Por sua vez, Márcio Fabri dos Anjos aprofunda o debate sobre Anencefalia e bioética: visitando argumentações; segue-se a contribuição de Gilbert Hottois com o tema A Bioética entre a singularidade e a universalidade na era da globalização: uma localização particular, entre tantos outros autores que qualificam cientificamente esta edição, a quem manifestamos nossos agradecimentos pela inestimável colaboração.
Leo Pessini*
William Saad Hossne**
Bioethics for the future and the future of bioethics
Walking in the paths of the world cultural movement of bioethics in the last thirty two years, we participated in ten editions in a total of the eleven editions of the World Congresses organized by the International Association of Bioethics (IAB), in a brief history of the beginning of bioethics, which emerged only 42 years ago in USA, taking the landmark of the beginning of the decade 70’s. These congresses began only at the beginning of the 90’s. This is the history of these world bioethical events: 1992 – Amsterdam (Holland); 1994 – Buenos Aires (Argentina); 1996 – San Francisco (USA): Bioethics in an Interdependent World; 1998 – Tokyo (Japan): Global Bioethics; 2000 – London (England): Bioethics and Public Policies; 2002 – Brasilia (Brazil): Bioethics: Power and Injustice; 2004 – Sidney (Australia): Deep Listening: bridging divides in local and global ethics; 2006 – Peking (China): Bioethics: Seeking a Just and Healthy Society; 2008 – Rijeka (Croatia): Bioethics, Health and Culture; 2010 – Singapore: Bioethics in a globalized world; 2012 – Rotterdam (Holland): Thinking Ahead: Bioethics for the Future and the Future of Bioethics; 2014 – planned to be held in Mexico City (Mexico).
This last one, XI World Congress of Bioethics, held in Rotterdam, June 23-26, took seriously the question of thinking ahead: bioethics for the future and the future of bioethics. Among the key issues discussed we point out the growth of the world population in poor countries, with the serious consequences that we can have in the future, on the one hand, and the question of the aging of the population, mainly in the richest and developed countries, and the resulting concern with chronic-degenerative diseases such as Parkinson, Alzheimer, dementia, among others.
A very relevant question linked to the advances of technological research regarding human life: to live forever? A plenary session discussed the question of cognitive and moral enhancement. In an informal session, with foods and drinks, like a talk show, with music, named “political coffee”, with the theme “Bioethics meets Bio-politics”, in late afternoon, with politicians and bioethicists, was discussed: what’s the contribution of bioethics for public policies?; the animal well-being (with Peter Singer), and anti-aging medicine: will we live forever?
Another key question for the future of bioethics was education in bioethics, which is gradually having more visibility with the advent of new centers of bioethics in Research Institutes and Universities worldwide.
From what was said by the former presidents of the International Association of Bioethics, in a concluding round table of the Rotterdam Congress, bioethics must be more in syntonic with mankind most important questions; bioethics needs to be valued as an important field of discussion and reflection on the world of life; it must be more concerned with education for the new generation of scholars; it must be more inclusive in the context of professions, in addition to the classic areas of philosophy, theology, medicine and Law; integrate new professions; to work more its interdisciplinary character; to promote more dialog with and respect for differences in a ever complex and pluralist reality. (cf. our communication, p. 234).
In consonance with the proposal of the congress above mentioned, the present issue of Bioethikos Journal emphasizes the contribution of renowned thinkers presented in the 8th International Congress of Clinical Bioethics, held in São Paulo (16-19/05/2012), as such as that of Rotterdam Congress, also points out toward some questions about our common future, to build a healthier and just future for all. It is in this perspective that authors such as Fermin Schramm approaches Conceptual and Metaethical Questions of Clinical Bioethics; Darlei Dall’Agnol reflects on Caring and Respecting: Basic Attitudes in Bioethics; Limits of Ethics, a subject deepened by Olinto Pegoraro. By its turn, Márcio Fabri dos Anjos deepens the discussion on Anencephaly and Bioethics: Visiting Arguments; the contribution of Belgian Philosopher Gilbert Hottois follows with the issue: Bioethics Between the local and in the Universal in the Era of Globalization: a Particular Location, among so many other authors who assign to this issue a high degree of scientific competence in debating theses bioethical issues, to whom we are grateful for the invaluable collaboration.
Leo Pessini*
William Saad Hossne**
Questões conceituais e metaéticas da Bioética Clínica: uma introdução
Conceptual and metaethical questions of Clinical Bioethics: an introduction
Autores:
Fermin Roland Schramm
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Resumo:
Resumo: O objetivo principal da Bioética Clínica é tentar resolver os conflitos morais que podem surgir na prática clínica, isto é, que se dão nas inter-relações humanas que se estabelecem nela entre os assim chamados “agentes” e “pacientes” morais1. O ponto de vista ideal adotado é aquele de um hipotético espectador racional e imparcial, considerado necessário para obter uma avaliação objetiva, livre de preconceitos e sem o envolvimento emocional que poderia enviesar o juízo esperado. Mas esse juízo depende de uma análise crítica tanto do sentido dado pela percepção das pessoas envolvidas quanto da relação com os interesses envolvidos, isto é, de uma desconstrução dos conceitos e significados utilizados. Esse é o papel da metaética, entendida como uma semiótica das questões de sentido envolvidas no uso das ferramentas bioéticas. Este trabalho pretende mostrar que tanto o conceito de “imparcialidade” quanto a justificativa para separar a metaética da ética descritiva e da ética normativa são atualmente objetos de controvérsias, pois não existe um consenso sobre a pertinência e legitimidade de separar o significado e o uso da linguagem nos jogos de linguagem adotados, como não existe consenso sobre a pertinência e legitimidade de separar descrição e prescrição, visto que existiriam descrições de fatos que contêm significados morais e avaliações morais que contêm conteúdos referentes a fatos. A metaética deve, portanto, ocupar-se das ações, intenções, motivos e particularidades do agente moral que afetam o paciente moral, o que torna os juízos éticos uma espécie particular de “fatos”, analisáveis pelo método da complexidade.
Palavras-chave: Formação de Conceito. Bioética Clínica. Metaética.
Abstract: The main objective of Clinical Bioethics is to try to resolve moral conflicts that may appear in clinical practice, i.e. those that happen in human inter-relationships that establish between so called moral “agents” and “patients”1. The adopted ideal point of view is that of a hypothetical rational and fair observer considered necessary for doing an objective evaluation free of prejudices and without the emotional involvement that might make the expected judgment biased. But this judgment depends on a critical analysis regarding the sense given by the perception of people involved about the relation to interests implied, i.e. of a deconstruction of concepts and meanings used. This is a paper of metaethics, understood as a semiotics of questions of sense implied in the use of bioethical resources. This work intends to show that both the concept of “impartiality” and the justification for separating metaethics from descriptive ethics and prescriptive ethics there are at present objects of controversies, since there is not a consensus on the relevance and legitimacy of separating the meaning and the use of the language in adopted language plays, as there is no consensus on the relevance and legitimacy of separating description from prescription, since that there would be descriptions of facts that contain moral meanings and moral evaluations that contain contents referring to facts. Thus, metaethics must deal with the actions, intentions, reasons and peculiarities of moral agents that affect moral patients, something that makes ethical judgments a particular kind of “facts”, analyzable by the method of complexity.
Keywords: Concept Formation. Clinical Bioethics. Metaethics.
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Cuidar e Respeitar: atitudes fundamentais na bioética
Caring and Respecting: vital attitudes in bioethics
Autores:
Darlei Dall’Agnol
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Resumo:
Resumo: O objetivo principal do presente trabalho é contribuir para a construção de um novo conceito bioético, a saber, o de cuidado respeitoso. Esse conceito refere-se a uma atitude fundamental que é extremamente importante para a Bioética atual, particularmente para a bioética clínica. Antes de desenvolvê-lo, convém apresentar algumas tensões que podem surgir entre cuidar e respeitar (seção 1), reanalisar esses dois conceitos (seções 2 e 3), que são bastante discutidos na ética contemporânea e, então, propor os elementos principais do novo conceito bioético, ou seja, o cuidado respeitoso (seção 4). Ao longo do trabalho, algumas implicações práticas desse conceito serão analisadas a partir de um caso bioético real. Finalmente, o trabalho aponta (seção 5) para a necessidade de se repensar e de reanalisar o cuidado e o respeito no contexto mais amplo da Bioética Geral. Nesse sentido, propõe uma consideração de reverência à vida como um todo que supera a visão instrumentalizadora atual, encaminhando a discussão para o conceito de Cura e para a necessidade de novas atitudes na Bioética.
Palavras-chave: Bioética. Formação de Conceito - ética. Cuidado.
Abstract: The main objective of the present work is to contribute for the construction of a new bioethical concept, namely, respectful care. This concept refers to a vital attitude that is extremely important for current Bioethics, particularly for Clinical Bioethics. Before developing it, one must discuss some tensions that may appear between caring and respecting (section 1), to re-analyse these two concepts (sections 2 and 3) that are very discussed in contemporary ethics and then propose the main elements of the new bioethical concept of respectful care (section 4). Along the work, some practical implications of this concept will be analyzed on the basis of a concrete bioethical case. Finally (section 5) the work points to the necessity of rethinking and re-analyzing care and respect in the broader context of General Bioethics. In this sense, it proposes a consideration of reverence to life as a whole that surpasses the current instrumentalizing conception, directing the discussion to the concept of Cure and to the necessity of new attitudes in Bioethics.
Keywords: Bioethics. Concept Formation - ethics. Care.
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Bioética e Política na América Latina
Bioethics and Politics in Latin America
Autores:
Francisco Javier León Correa
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Resumo:
Resumo: Desenvolveremos a relação da ética e da bioética com a política. O princípio de justiça – básico em bioética – é, por uma parte, a equidade no acesso à saúde dos setores de população mais vulneráveis; e por outra, o dever ético de promover a igualdade na atenção de saúde, e também respeitar os direitos dos pacientes, que devem estar garantidos na legislação. Elaborar esta legislação protetora da vida e a saúde é parte da missão da política, só que a bioética vai mais longe: promove a justiça como princípio ético e também propõe o dever ético de solidariedade, além da justiça. Centraremos nossa análise nas implicâncias que tem na bioética estes dois princípios, de justiça e de solidariedade, e a relação entre bioética e política, na situação de América Latina.
Palavras-chave: Bioética. Política. Justiça Social.
Abstract: We will elaborate on the relationship between ethics, bioethics and politics. The principle of justice – a paramount element in bioethics – is, on the one hand, equality of access to health care for the most vulnerable segment of the population and, on the other, the ethical duty of promoting equality in health care, as well as respect for the patient’s rights, which must guaranteed by law. Designing this life and health protection legislation is part of the mission of politics, but bioethics goes beyond: it promotes justice as an ethical principle and proposes the bioethical duty of solidarity, beyond justice. We will focus our analysis on the implications these two principles, justice and solidarity, have on bioethics, and on the relationship between bioethics and politics, in Latin America.
Keywords: Bioethics. Politics. Social Justice.
Resumen: Desarrollaremos la relación de la ética y la bioética con la política. El principio de justicia – básico en bioética – es, por una parte, la equidad en el acceso a la salud de los sectores de población más vulnerables, y por otra, el deber ético de promover la igualdad en la atención de salud, y también respetar los derechos de los pacientes, que deben estar garantizados en la legislación. Elaborar esta legislación protectora de la vida y la salud es parte de la misión de la política, pero la bioética va más allá: promueve la justicia como principio ético y también propone el deber ético de solidaridad, más allá de la justicia. Centraremos nuestro análisis en la simplicaciones que tienen en bioética estos dos principios, de justicia y de solidaridad, y la relación entre bioética y política, en la situación de Latinoamérica.
Palabras-llave: Bioética. Política. Justicia Social.
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Anencefalia e Bioética: visitando argumentações
Anencephaly and Bioethics: visiting argumentations
Autores:
Márcio Fabri dos Anjos
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Resumo:
Resumo: O debate sobre procedimentos em caso de gravidez de fetos anencéfalos envolve questões éticas complexas. Após breve referência a dados científicos sobre anencefalia, o presente ensaio visa estudar as linhas de argumentação e seus fundamentos éticos implicados em alguns argumentos invocados por ocasião do julgamento desse tema por parte do Supremo Tribunal Federal brasileiro. Como método, leva-se em conta o contexto sociocultural, representado por aspectos jurídicos, por avanços científicos atuais e por conflitos de convicções; e as implicações éticas dos fundamentos das argumentações. Os resultados apontam para a exigência ética de maior abertura das convicções ao diálogo sobre os fundamentos de suas argumentações; e mostram que a condição de pessoa humana do feto anencéfalo emerge como questão ética fundamental no debate.
Palavras-chave: Anencefalia. Bioética. Jurisprudência.
Abstract: The debate on procedures in case of pregnancy of an anencephalic fetus involves complex ethical issues. After a brief reference to scientific data on anencephaly, this paper aims to study the lines of argumentation and its ethical foundations involved in some arguments at the trial of this issue by the Supreme Court of Brazil. The method takes into account the socio-cultural context, represented by legal aspects, by scientific advances, by current conflicts of beliefs and convictions; and the ethical foundations of the arguments. The results indicate the need for greater openness to dialogue of convictions on the grounds of their arguments, and show that the condition of human person of the anencephalic fetus emerges as a fundamental ethical issue in the debate.
Keywords: Anencephaly. Bioethics. Jurisprudence.
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Humanizar o estresse e humanizar-se no estresse
To humanize stress and to humanize himself in the stress
Autores:
Pietro Magliozzi
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Resumo:
Resumo: Ao longo da história, os temas relacionados com a saúde têm sido de hábito abordados de maneira unilateral, absolutizando uma perspectiva da realidade. O mesmo acontece com o estresse. Se se busca literatura recente sobre o estresse, é abundante a pesquisa que mostra sua dimensão externa e suas causas exógenas, desumanizando-o e entendendo-o como um “objeto” e “externo” à pessoa. A antropologia médica, ciência de síntese, vê nessas distintas perspectivas de análise um reducionismo, uma falta de equilíbrio, de sabedoria e de interdisciplinaridade. Propõe-se neste artigo uma visão do estresse como um “alguém” e “interno” e, a partir dela, mostrar uma visão humanizada e interdisciplinar do estresse: o humanizar-se RUID (relação, unicidade, integralidade, dinamismo) no estresse. Uma vez que o estresse não é apenas um problema médico ou psicológico, mas também um tema antropológico (identidade do homem de hoje) e ético / sociológico (forma cultural de existir característica do mundo atual), pode-se assumir que não basta tratá-lo de modo unidisciplinar; pelo contrário, é fundamental abordá-lo interdisciplinar humanizá-lo e humanizar-se nele.
Palavras-chave: Antropologia Médica. Estresse. Humanização.
Abstract: In the past, issues linked with health have generally been dealt with in an unilateral way, giving an absolute value to one perspective of reality. The same happens with stress. If we were to look for recent literature on stress, a lot of research would be found that shows its external dimension and its exogenous causes, dehumanizing and understanding it as an “object” and something “external” to the person. In these distinct perspectives of analysis, medical anthropology, a science of synthesis, sees a reductionism, a lack of equilibrium, of wisdom/perspicacity and of interdisciplinarity. In this article we propose a vision of stress, as “someone” and as “internal”. From there, we go on to show a humanizing and interdisciplinary vision of stress: to humanize oneself RUID (relation, unique, integral and dynamic person) in the stress. When we understand that stress is not only a medical or psychological problem, but also an anthropological (identity of the contemporary human being) and ethical / sociological issue (cultural form of living characteristic of our times), we can assume that it does not suffice treating it in an uni-disciplinary way, on the contrary, it is of fundamental importance to approach it in an interdisciplinary way, to humanize it and to humanize oneself in it.
Keywords: Medical, Anthropology. Stress. Humanization.
Resumen: A lo largo de la historia, lo temas relacionados con la salud han sido tratados, en general, de forma unilateral, absolutizando una perspectiva de la realidad. Lo mismo pasa con el estrés. Si se busca literatura reciente sobre el estrés es abundante la investigación que muestra su dimensión externa y sus causas exógenas, deshumanizándolo y entendiéndolo como un “objeto” y “externo” a la persona. La antropología médica, ciencia de síntesis, ve en estas distintas perspectivas de análisis, un reduccionismo, una falta de equilibrio, de sabiduría y de interdisciplinariedad. En este artículo se propone una visión del estrés, como un “alguien” e “interno” y, desde ahí, mostrar una visión humanizada e interdisciplinaria del estrés: el humanizarse RUID (relación, unicidad, integralidad, dinamismo) en el estrés. Una vez entendido que el estrés no es sólo un problema médico o psicológico, sino también un tema antropológico (identidad del hombre de hoy) y ético/sociológico (forma cultural de existir característica del mundo actual), se puede asumir que no basta tratarlo unidisciplinariamente, por el contrario, es fundamental abordarlo interdisciplinariamente, humanizarlo y humanizarse en él.
Palabras-llave: Antropología Médica. Estrés. Humanización.
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Doping genético, o atleta superior e bioética
Genetic doping, the superior athlete and bioethics
Autores:
Mário Marcelo Coelho
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Resumo:
Resumo: Em pouco tempo, atletas começarão a usar a manipulação genética como doping para aumentar desde os seus músculos até a sua velocidade. O doping genético tem suscitado debates tão intensos quanto questionáveis dos pontos de vista científico e ético. Algumas tecnologias de melhoramento genético do desempenho atlético põem em questão a própria dignidade do desempenho das pessoas que as utilizam. O desempenho parece menos real, menos próprio e menos digno de nossa admiração por isto, é contrário à dignidade intrínseca da pessoa e por isto deveria ser proibida.
Palavras-chave: Atividade Física. Doping nos Esportes. Bioética.
Abstract: Soon athletes will begin using genetic manipulation, such as doping, to pump up their muscles and to increase their speed. Genetic doping has raised intense discussions and questions regarding scientific and ethical issues in sport. Some technologies for genetic improvement of athletic performance call into question the very dignity of the performance of the people who use it. The performance seems less real, less personal and less worthy of our admiration. It is contrary to the intrinsic dignity of the person and therefore should be prohibited.
Keywords: Motor Activity. Doping in Sports. Bioethics.
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Bioética, religião, espiritualidade e a arte do cuidar na relação médico-paciente
Bioethics, religion, spirituality and the art of caring in patient-doctor relationships
Autores:
Virgínio Cândido Tosta de Souza
Leo Pessini
William Saad Hossne
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Resumo:
Resumo: O exercício da medicina é uma arte. Arte que, na relação médico-paciente, depara-se com situações que extrapolam os conhecimentos técnico-científicos do lidar com pessoas fragilizadas física e emocionalmente. Arte que exige espiritualidade na escolha de decisão em situações de incerteza entre várias opções possíveis. A ciência na busca da autonomia fora da tutela da religião e da filosofia extrapolou os limites éticos da relação médico-paciente, negligenciando a arte do cuidar para gerenciar diagnóstico e tratamento com tecnologias complexas. É neste paradigma que o trabalho em tela propõe, por meio da interdisciplinaridade da Bioética, uma interação com a Teologia para uma análise da formação e do exercício profissional do médico fundamentado na relação com o doente no contexto do desenvolvimento da tecnociência na pós-modernidade.
Palavras-chave: Bioética. Religião. Espiritualidade.
Abstract: The practice of medicine is an art which, in the doctor-patient relationship, faces situations that go beyond the technical-scientific knowledge when caring for physical and emotionally fragile people. It’s an art that requires spirituality in choosing and deciding in uncertain situations among several possible options. Science, in clamming for autonomy, outside the framework of religion and philosophy, extended the ethical limits of doctor-patient relationship, neglecting the art of taking care in order to manage diagnosis and treatment applying complexes technologies. It is in this paradigm that this research proposes, through Bioethics interdisciplinarity, an interaction with Theology in order to analyze the doctor’s formation and professional practice, based on the relation with the patient on the context of techno-science in the post modernity.
Keywords: Bioethics. Religion. Spirituality.
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A Bioética entre a singularidade e a universalidade na era da globalização: uma localização particular
Bioethics between singularity and universality in the age of globalization: a particular location
Autores:
Gilbert Hottois
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A Ética na Pesquisa ClínicaComitês de Bioética: uma visão geral pelo mundo
Ethics in Clinical ResearchBioethics Committes: a general view of the world
Autores:
Stefano Semplici
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Limites da ética
The limits of ethics
Autores:
Olinto Pegoraro
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Aspectos antropológicos relacionados à Internet: um olhar reflexivo voltado a uma questão bioética da contemporaneidade
Anthropological aspects related to the Internet: a reflective focused on a contemporary bioethical question
Autores:
Maria da Glória Porto Kok
Luiz Carlos Francisco Junior
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Resumo:
Resumo: O presente artigo se propõe a lançar uma reflexão acerca do avanço e evolução da internet perante a sociedade, bem como propor uma inter-relação entre bioética, antropologia e virtualidade, resultante de uma proposta transdisciplinar entre os referidos campos do saber. Assim, são estabelecidos alguns pontos que podem ser considerados como focos de estudos antropológicos em relação ao cyberespaço. Ademais, traz um breve esclarecimento do contexto de surgimento da internet e de sua disseminação, além de questões e interfaces bioéticas que se relacionam com o referido contexto e com a antropologia. Ao final, algumas considerações são elaboradas com o objetivo de se construir novas perguntas que estimulem pesquisas originais a respeito dessa temática.
Palavras-chave: Internet. Antropologia. Bioética.
Abstract: This paper aims at discussing Internet’s spreading and evolution as regards society, as well as proposing the existence of a relationship among bioethics, anthropology and virtuality, on the basis of a transdisciplinarity among these knowledge fields. Thus, we propose some aspects able to be taken as foci of anthropological studies concerning cyberspace. In addition, the paper briefly describes the context of emergence of the internet and its spreading, as well as bioethical questions and interfaces related to the said context and to anthropology. Concluding, we propose some discussions aiming at conceiving other questions able to encourage original research regarding the paper topic.
Keywords: Internet. Anthropology. Bioethics.
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Fundamentos da humanização hospitalar –uma visão holística
Bases of the hospital humanization – a holistic view
Autores:
Augusto Antonio Mezzomo
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“Juno – um filme multidisciplinar” – o cinema ampliando a relação entre bioética e educação em valores
“Juno – a multidisciplinary movie” – cinema expanding the relationship between bioethics and education in values
Autores:
Roseli Pereira Silva
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Resumo:
Resumo: Este artigo aponta para a necessidade de integração da Bioética e da Educação em Valores. Assumindo esta premissa, o presente trabalho, propõe a alternativa do cinema enquanto recurso privilegiado para a formação da cidadania do aluno, uma vez que o filme educa tanto pela via emotiva como pela via racional, impactando as pessoas, predispondo-as a refletir sobre as temáticas propostas e a repensar as suas posturas. O filme JUNO, por nós eleito para este artigo, traz, entre outros, os seguintes temas: sexualidade e gravidez na adolescência, aborto, adoção, assim como os dilemas morais correlatos à estes temas. Com base no referencial dos mais recentes teóricos da Educação em Valores e da Bioética, o objetivo deste texto é compreender o potencial pedagógico do cinema para a Educação em Valores e para os assuntos mais pungentes e relevantes no campo da Bioética. As nossas conclusões apontam para a necessidade da escola e da sociedade buscar novas alternativas que se configurem não só pelo seu valor metodológico, mas, acima disso, como referencial de trabalho na prática educativa e como estímulo para o desenvolvimento de novas pesquisas acadêmicas, assim como para a formação do alunado com vistas à cidadania, à equidade e aos direitos humanos.
Palavras-chave: Bioética. Educação - metodologia. Cinema como Assunto.
Abstract: This article points out the necessity of integration of Bioethics and Education in Values. From this assumption, the work proposes the alternative of cinema as a privileged resource for developing citizenship of pupils, since the movie educates both by emotional and rational aspects, causing an impact in people, making them think about the thematic proposed and rethink their postures. The movie JUNO we chose for this article brings subjects such as: sexuality and pregnancy in adolescence, abortion, adoption, as well as the moral dilemmas linked to these subjects. On the basis of the reference system of the most recent theoreticians of Education in Values and those of Bioethics, this text make efforts to explain the pedagogic potential of cinema for Education in Values and for the most painful and relevant subjects in the field of Bioethics. Our conclusions point out the necessity of school and society to seek new alternatives that are shaped not only by their methodological value, but more than this as a reference system in educative practices and as an stimulus for the development of new academic research, as well as for preparing pupils regarding citizenship, equity and human rights.
Keywords: Bioethics. Education - methods. Motion Pictures as Topic.
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Bioética no futuro e o futuro da bioética!
Bioethics for the future and the future of bioethics!
Autores:
Leo Pessini
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Fritz Jahr and the Foundationsof Global Bioethics
The Future of Integrative Bioethics
Autores:
Geni Maria Hoss
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Bioética – e agora, o que fazer?
Bioethics – what are we to do now?
Autores:
William Saad Hossne (coordenador)
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