REVISTA BIOETHIKOS
JANEIRO / MARÇO DE 2014
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Editorial:
Visão antropológica e Bioética
Vivemos num momento histórico marcado “pela incerteza” e, e m virtude disso, nos deparamos com crescentes fundamentalismos e relativismos nas várias áreas do conhecimento humano. A reflexão bioética não ocorre alheia a esse contexto maior que a condiciona.Uma das causas que faz com que o fundamentalismo cresça na área bioética é o não trabalhar e, consequentemente, negligenciar a questão antropológica fundamental: “quem é o ser humano”. Essa é a pedra fundamental sobre a qual se fundamenta todo e qualquer paradigma bioético, no seu conteúdo e teoria, bem como nas suas opções concretas.
Temos como desafio tentar colocar juntas as ciências que lidam com o ser humano, elaborando um mapa das antropologias relevantes para a bioética.
No Programa de Pós-Graduação (Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado) do Centro Universitário São Camilo, a integração das vivências humanas com as tecnociências tem sido incentivada desde o início das atividades da Pós-Graduação, contando, hoje, especificamente, com as disciplinas: Bases Antropológicas da Bioética, Bases Sociológicas da Bioética e Correntes Filosóficas na Ética.
Os docentes dessas disciplinas atuam no sentido de subsidiar a formação do bioeticista e, ao mesmo tempo, como ponte para a integração da bioética na antropologia, na sociologia e na filosofia.
De modo geral, podemos distinguir as antropologias em teocêntricas e antropocêntricas. As antropologias teocêntricas ou transcendentais (o ser humano como um ser espiritual) incluem as principais religiões da humanidade, sejam do ocidente ou do oriente. No cristianismo, a “eminente dignidade do ser humano” é consequência de sua fi liação divina, como criatura “imagem e semelhança de Deus”.
Hoje, em muitos ambientes acadêmico-científicos, ainda prisioneiros de um positivismo decadente, predominam as chamadas antropologias secularistas. Podemos falar de cinco categorias de respostas à questão antropológica: 1. A visão positivista-empírica, cuja imagem e ideia do ser humano é o que é observável e testável pelos métodos das ciências naturais (homem máquina); 2. A visão psicológica-behaviorista, que enfatiza a subjetividade humana, isto é, uma combinação de sentimentos, intuições e experiência emocional (homem como um ser de sentimentos e emoções); 3. A visão filosófica (homem como ser pensante), que privilegia a razão humana para captar a realidade da vida moral e deduzir o bem para o ser humano; 4. A visão utilitarista pragmática (homo faber), em que o homem, enquanto ser, cria coisas novas e é capaz de transformar o meio em que vive; 5. A visão economicista (homo economicus), em que o homem, enquanto ser, é capaz de produzir e acumular riquezas.
O diálogo e o respeito pelas diferenças entre essas antropologias é a condição sine qua non para não cairmos em fundamentalismos, seja de ordem teológica, filosófica, ou científica. Num contexto marcado pelo pluralismo, é necessário cultivar uma sadia visão secular, que evite secularismo (= fechamento no mundo imanente). Toda antropologia, no fundo, assume algum aspecto essencial da existência humana. A diferença em cada visão é sua contribuição para o melhor entendimento do todo. Embora possamos ser céticos em conseguirmos um conceito englobante do que constitui a essência de nossa condição humana, enquanto humanidade, precisamos chegar pelo menos a algum acordo em relação ao que é fundamental e essencial em nossa humanidade e que valores éticos deveríamos salvaguardar e proteger em nossas normas jurídicas e políticas públicas.
Nessa perspectiva, no âmbito dos cuidados de saúde, podemos falar de um paradigma antropológico biopsicossocial-espiritual. Esse modelo não é um dualismo em que a alma acidentalmente habita um corpo, como, por exemplo, na visão platônica, que o ser humano, fundamentalmente, é considerado uma alma encarcerada. Nesse modelo, as dimensões biológica, psicológica, social e espiritual constituem distintos elementos da pessoa, e nenhum desses aspectos individuais deveria ser desrespeitado em relação ao “todo” (wholeness) da pessoa (p. 128)1.
Perante a hegemonia do fator econômico, o chamado economicismo, em todas as dimensões da vida humana, não podemos esquecer que as coisas têm preço, mas as pessoas possuem dignidade (Kant), que precisa sempre ser reconhecida e respeitada. Que Deus nos livre do cinismo, muito a gosto de certos gestores insensíveis que “sabem o preço de tudo e o valor de nada” (Oscar Wilde).
Agradecemos a todos os autores pelos trabalhos enviados e, em especial, ao proeminente bioeticista Prof. Tristram Engelhardt Jr pela confiança de sua obra a nós, para publicarmos em nossa revista. Isso será feito sequencialmente a partir desta edição, na seção especial “artigos em série”, que será dividida em 9 partes.
Leo Pessini*
William Saad Hossne**
REFERÊNCIA
1. Sulmasy DP. The Rebirth of the Clinic: An Introduction to Spirituality in Health Care. Washington DC: Georgetown University Press; 2007.
Anthropological vision and Bioethics
We live in a historical moment marked by “uncertainty” and, owing to that, we come across evermoreto fundamentalisms and relativisms in several areas of human knowledge. Bioethical refl ection does not take place far from this greater context that conditions it. One of the causes of fundamentalism emergence grows in the area of bioethics is the lack of work and, consequently, to neglect the basic anthropological question: “who is the human being?”. This is the foundation on which every bioethical paradigm is completely substantiated both in its content and theory and in its concrete options.
We have as a challenge trying to join the sciences that deal with human beings, creating a map of the relevant anthropologies for bioethics.
In the Graduate Program (Master’s degree, Doctorate and Post-Doctorate) of São Camilo University Center, the integration of human experiences with technosciences has been stimulated from the beginning of the activities of the Program, and we have today, specifically, the disciplines: Anthropological bases of Bioethics, Sociological Bases of Bioethics and Philosophical Currents in Ethics.
Professor of these disciplines act so as to subside the education of bioethicists and, at the same time, as bridges for the integration of bioethics in anthropology, sociology and philosophy.
On the whole, we can distinguish the anthropologies as being theocentric and anthropocentric. Theocentric or transcendental anthropologies (human being as spiritual beings) include the main religions of humanity, be they from the West or from the East. In Christianity, the “eminent dignity of human beings” is a consequence of their divine affi liation, as creatures in the “image and likeness of God”.
Today, in many scientifi c-academic contexts, people are still prisoners of a decadent positivism, and so called secularist anthropologies predominate. We can talk about fi ve categories of answers to the anthropologicalquestion: the empirical-positivistic vision, which have an image and an idea of human beings as something observable and testable by the methods of the natural sciences (man as a machine); the behaviorist vision, which emphasizes human subjectivity as a combination of feelings, insights and emotional experiences (man as a being having feelings and emotions); the philosophical vision (man as a thinking being), which privileges human reason to catch the reality of moral life and to deduct the good for human beings; the pragmatic utilitarian vision (homo faber), in which man, as a being, creates new things and is able to transform the environment in which he lives; the economicist vision (homo economicus), in which man, as a being, is able to produce and to accumulate material goods.
Dialog and respect for differences between these anthropologies is the condition sine qua non for us not to fall in fundamentalisms, be it of a theological, philosophical, or scientifi c kind. In a context marked by pluralism, it is necessary to cultivate a healthy secular vision which avoids secularism (= closure in an immanent world). All anthropology supposes in the end some essential aspect of human existence. The difference in each vision is its contribution for the best understanding of the set of human aspects. Though we could be skeptic about having a global concept of what constitutes the kernel of our human condition, as humanity, we need to reach at least some agreement regarding what is basic and essential in our humanity and what ethical values we should safeguard and protect in our public legal and political standards.
In this perspective, in the health care fi eld, we can talk about a biopsychosocial-spiritual paradigm of care. This paradigm is not a “dualism” in which a “soul accidentally inhabits a body”, like in the Plato’s view, in which the human being is fundamentally considered a “incarcerated soul”. In this paradigm, the biological, psychological, social, and spiritual dimensions constitute distinct elements of the person, and no one of these individual aspects can be disaggregated from the whole of the person (p.128)1.
As we face the hegemony of the economical factor, economicism, in all dimensions of human life, we cannot forget the fact that all things have a price, but people have dignity (Kant), something which needs always to be recognized and respected. May God deliver us from cynicism, so agreeable to certain insensible managers who “know the price of everything and the value of nothing” (Oscar Wilde).
We thank all authors for their works and our special thanks go to the prominent bioethicist Tristram Engelhardt Jr, PhD, for generously confiding his work to us for publishing in our Journal. We are going to do this sequentially from this issue on, in the special section Series Papers, in 9 parts.
Leo Pessini*
William Saad Hossne**
REFERENCE
1. Sulmasy DP. The Rebirth of the Clinic: An Introduction to Spirituality in Health Care. Washington DC: Georgetown University Press; 2007.
Dos referenciais da Bioética – a Espiritualidade
Bioethics ground principles – Spirituality
Autores:
William Saad Hossne
Leo Pessini
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Resumo:
Neste início de milênio, para a surpresa de muitos, principalmente no âmbito da academia e da ciência, testemunhamos o “renascimento da dimensão da espiritualidade e religiões”, em todos os âmbitos da vida humana. Na parte ocidental do planeta, quando o iluminismo, por meio da “razão instrumental técnica”, se autoproclamou como sendo a última palavra de compreensão e sentido da realidade, declarando até que “Deus está morto”, abriu espaço para a espiritualidade. Profissionais de saúde e pesquisadores têm reconhecido a importância da dimensão espiritual para a saúde. O número de estudos que investigam a relação entre espiritualidade e saúde tem crescido exponencialmente. Com esse pano de fundo, propõe-se a espiritualidade como um dos referenciais da bioética e, com esse objetivo, percorrem o seguinte itinerário reflexivo na abordagem das questões: considerações sobre três conceitos fundamentais: moral, ética e bioética; a bioética e os seus “princípios”: um rápido resgate histórico; conceitos de espiritualidade, religiosidade e religião na linguagem comum, filosófica e científica; associação entre espiritualidade e saúde – bioética clínica; a espiritualidade na visão de alguns teólogos e bioeticistas; espiritualidade, medicina e políticas públicas de saúde no Brasil; fronteiras conceituais entre espiritualidade, religiosidade e religião; e a espiritualidade como um dos referenciais da bioética.
PALAVRAS-CHAVE: Bioética. Bioética - referenciais. Espiritualidade.
In this beginning of a new millennium, to the surprise of many people, mainly in the context of the academy and science, we witness the “rebirth of the dimension of spirituality and religions”, in all spheres of human life. In the Western part of the planet, when the Enlightenment, by means of “technical-instrumental reason”, self-proclaimed to be the last word of understanding and sense of reality, declaring event that “God is dead”, a space was opened for spirituality. Health professionals and researchers have been recognizing the relevance the spiritual dimension has for health. The number of studies that investigate the relation between spirituality and health has been growing exponentially. With this backdrop, we propose spirituality as one of the ground principles for bioethics and, with this aim in view, we go through the following reflexive itinerary in approaching the questions: considerations on three basic concepts: moral, ethics and bioethics; bioethics and its “beginnings”: a brief historical panorama; concepts of spirituality, religiosity and religion in the common, philosophical and scientific language; association between spirituality and health – clinical bioethics; spirituality in the vision of some theologians and bioethicists; spirituality, medicine and public health policies in Brazil; conceptual frontiers among spirituality, religiosity and religion; and spirituality as one of bioethics ground principles.
KEYWORDS: Bioethics. Bioethics - ground principles. Spirituality.
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A consciência moral cristã e a neurociência
Christian moral conscience and neuroscience
Autores:
Luiz Augusto de Mattos
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Resumo:
Foram apresentados os desafios que a situação do ser humano atual tem diante de si para compreender a consciência psíquica e a consciência moral pelas mais diversas influências que sofrem. Assim, entre os diversos instrumentos disponíveis o autor dialoga com a neurociência. O desafio que se apresenta nos dias de hoje é compreender de modo crítico o que seja, afinal, a consciência psíquica e, ao mesmo tempo, que correspondência ela tem com a consciência moral – procurando analisar algumas questões que surgem especialmente para a consciência moral.
PALAVRAS-CHAVE: Consciência. Moral. Neurociências.
This paper presents the challenges which the current condition of human beings has to face in order to understand psychic consciousness and moral conscience by considering the several different influences affecting them. This way, among the many available instruments, the author dialogues with neuroscience. The challenge that posits itself in the contemporary world consists in understanding from a critical point of view what is in the last analysis psychic consciousness, and, at the same time, what correspondence it could have to moral conscience – by examining some questions emerging specially for moral conscience.
KEYWORDS: Conscience. Moral. Neurosciences.
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Planteamientos Bioéticos del Medio Ambiente
Bioethical Proposals regarding the Environment
Autores:
Miguel Andrés Capó
James Drane
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Resumo:
Existe un punto de partida de actuación ambiental que fue con las Conferencias de Naciones Unidas sobre el Medio ambiente y el Desarrollo, también conocidas como las Cumbres de la Tierra, en 1972. La ética ambiental o ecoética, que a la vez se encuadra dentro de la Bioética global. Potter (1988) habla de “Ética global” es “El estudio sistemático de la conducta humana en el área de las ciencias de la vida y la salud, examinando a la luz de los valores y principios morales”. La relación de la Ecoética y el Medio Ambiente se puede analizar desde el aspecto del modelo bioético principalista, establecido por Beauchamp y Childress en 1994. Los problemas del Medio Ambiente de hoy en día no tienen límites geográficos, como quedó patente por el accidente nuclear de Chernobyl de 1986. La resolución de los problemas ambientales tiene un pilar de la aplicación en la bioética, y ésta a la vez, en la Educación Ambiental; teniendo en cuenta la Carta de Belgrado, realizada en octubre de 1975. El tratado de educación ambiental hacia sociedades sustentables y de responsabilidad global, señala a la educación como un acto político de transformación y como processo permanente basado en el respeto a todas las formas de vida, con perspectiva holística y pensamiento crítico e innovador.
PALABRAS CLAVE: Educación Ambiental. Ética. Ambiente.
A starting point for environmental action was the United Nations Conference on Environment and Development, also known as the Earth Summit in 1972. Environmental ethics, or Ecoethics, fits into general Bioethics. Potter (1988) refers to “Global ethics” as “The systematic study of human behavior in the area of life sciences and health examined in the light of moral values and principles”. The relationship between Ecoethics and the Environment may be analyzed from the point of view of the principialist bioethical model established by Beauchamp and Childress in 1994. Environmental problems today do not have geographical boundaries, as made evident by the Chernobyl nuclear accident in 1986. The resolution of environmental problems has as one of it basis the application of bioethics, based by its turn in environmental education, taking into account the Belgrade Charter, held in October 1975. The Treaty of environmental education towards sustainable societies and global responsibility points to education as a political act of transformation and as an ongoing process based on respect towards all life forms, with a holistic perspective and critical and innovative thinking.
KEYWORDS: Environmental Education. Ethics. Environment.
Um ponto de partida da ação ambiental foi a Conferência das Nações Unidas para o Ambiente e o Desenvolvimento, também conhecido como a Cúpula da Terra, em 1972. A ética ambiental ou Ecoética é parte da Bioética Global. Potter (1988) se refere à “ética global” como “o estudo sistemático do comportamento humano na área das ciências da vida e da saúde examinados à luz de valores e princípios morais”. A relação entre Ecoética e o Ambiente pode ser analisada do ponto de vista do modelo bioético principialista, estabelecido por Beauchamp e Childress em 1994. Os problemas ambientais hoje não têm limites geográficos, como o tornou evidente o acidente nuclear de Chernobyl, em 1986. A resolução de problemas ambientais tem como uma de suas bases a aplicação da bioética, que se baseia por sua vez na educação ambiental, considerando a Carta de Belgrado, firmada em outubro de 1975. O Tratado da educação ambiental para sociedades sustentáveis e responsabilidade global aponta para a educação como um ato político de transformação e como um processo contínuo baseado no respeito a todas as formas de vida, com uma perspectiva holística e um pensamento crítico e inovador.
PALAVRAS-CHAVE: Educação Ambiental. Ética. Meio Ambiente.
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Estudo analítico da interdisciplinaridade na composição dos membros dos Comitês de Ética em Pesquisa no Brasil
Analytical study of interdisciplinarity regarding Research Ethics Committees membership in Brazil
Autores:
Rita de Cássia da Costa
Fabiano Maluf
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Resumo:
Criados a partir da Resolução n. 196/96, do Conselho Nacional de Saúde (CNS), os Comitês de Ética em Pesquisa (CEP) são parceiros no processo educativo de construção de uma cultura bioética para a condução de pesquisas que envolvem seres humanos. A composição dos membros de CEP é ratificada com a publicação da Resolução n. 466/12 do CNS, cujo colegiado deve ser composto por ambos os gêneros, multidisciplinar e multiprofissional, e pelo menos um representante de usuário. O presente trabalho teve como objetivo analisar o perfil da área de formação acadêmica
dos membros que compõem os CEP no Brasil. Trata-se de um estudo documental, descritivo, retrospectivo e de abordagem quantitativa e foi baseado nos relatórios anuais e no banco de dados da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), realizada no período compreendido entre 31 de agosto a 31 de Setembro de 2010. Em 2010 foram encontrados 602 Comitês registrados na CONEP, com 9.075 membros atuantes e uma média de 16 membros por comitê, distribuídos em diferentes áreas do conhecimento, a saber: Ciências da Saúde (54%), Ciências Humanas (13%), Ciências Sociais (11%), Ciências Biológicas (5%), Ciências Exatas (4%), Engenharias (2%), Agrárias (1%), Linguística (1%) e Outros (9%). A multidisciplinaridade é respeitada na composição dos membros dos CEP com o predomínio das Ciências da Saúde e crescimento considerável de categorias como a Fisioterapia, a Fonoaudiologia e a Psicologia e, paulatinamente, a adesão progressiva de áreas anteriormente inexistentes ou escassas como Educação, Direito, Sociologia e Antropologia, o que permite inferir o interesse e o alcance que a ética em pesquisa tem despertado nessas áreas. Com o funcionamento regular dos Comitês infere-se o aumento anual dos projetos avaliados, o que reflete a estruturação do Sistema CEP-CONEP com o incremento real das atividades de pesquisa no país.
PALAVRAS-CHAVE: Ética em Pesquisa. Pesquisa Interdisciplinar. Bioética.
Ethics Committees (ECs) were established by Resolution 196/96 of National Health Council (NHC), and have a pivotal role in the process of building a bioethical culture in conducting all research involving human beings. ECs’ membership was consolidated by Resolution 466/12 of NHC, which states that the board should be composed by members from both genders, and must be multidisciplinary and multi-professional, in addition to having at least a users’ representative. This article aims to analyze the profile of members of ECs according to their academic background in Brazil. This is a documentary study and a descriptive, retrospective and quantitative approach. It was performed based on the annual report and database of CONEP for the period from 31st August to 31st September 2010. In 2010, there were 602 registered committees in CONEP database, 9,075 active members and an average of 16 members per committee, distributed in different areas of knowledge, namely: Health Science (54%), Humanities (13%), Social Science (11%), Life Sciences (5%), Exact Science (4%), Engineering (2%), Agriculture (1%), Linguistics (1%) and others (9%). Multidisciplinarity is sustained in the composition of ECs membership, in which the major academic area is Health Science. However there is a considerable growing of categories such as physiotherapy, speech therapy and psychology, and a gradual and progressive adherence of areas previously absent or scarce, such as Education, Law, Sociology and Anthropology, which allows us to infer that these areas have started taking interest in and reaching out for ethics in research. As the system for operational in ECs raises, there is an enhancement in studies analyzed, which reflects the well structured CEP-CONEP system, and the increasing of research activities in the country.
KEYWORDS: Ethics, Research. Interdisciplinarity Research. Bioethics.
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Caracterização do autocuidado do profissional de enfermagem e reflexões à luz da bioética
Characterization of nursing professionals’ self-care and refl ections based on bioethics
Autores:
Terezinha da Silva
Grazia Maria Guerra
Leo Pessini
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Resumo:
Realizou-se um estudo para caracterizar o autocuidado dos Profissionais de Enfermagem a partir do levantamento das percepções sobre sua saúde e a realização de uma análise reflexiva à luz da Bioética. Trata-se de uma pesquisa com abordagem quantitativa, transversal de caráter descritivo e exploratório. Foram estudados 50 profissionais, sendo 30 Auxiliares / Técnicos e 20 Enfermeiros. Quanto aos dados referentes à caracterização do autocuidado na percepção do profissional em relação à sua saúde: 24% Auxiliares / Técnicos declararam ter boa saúde, 38% dos Enfermeiros referiram possuir saúde satisfatória, 8% Auxiliares / Técnicos referiram ser hipertensos, 5% Auxiliares / Técnicos referiram ter obesidade, 10% Auxiliares / Técnicos declararam apresentar lombalgia, artralgia e dores nos membros inferiores, entre outros; 12% dos enfermeiros relataram que se estressam com facilidade e 7% dos Enfermeiros referiram cefaleia. A estratégia para caracterizar o autocuidado dos Profissionais de Enfermagem possibilitou identificar elementos que propiciaram a realização da análise reflexiva à luz da Bioética de como esses profissionais estão se autocuidando. Portanto, concluiu-se que, devido à rotina intensa e às diversas realidades de sofrimento que envolvem o trabalho, a saúde do cuidador se torna ameaçada. Identificou-se que o convívio com a família e os amigos são os valores que com muito esforço procuram ser preservados.
PALAVRAS-CHAVE: Bioética. Autocuidado. Papel do Profissional da Enfermagem.
A study was done to characterize self-care of Nursing Professionals from a survey on perceptions on their health and the realization of a reflexive analysis based on Bioethics. This is a quantitative, transversal research with a descriptive and exploratory character. 50 professionals were studied, being 30 Auxiliary / Technical and 20 Nurses. As for the data referring to the characterization of self-care in the perception of professionals regarding their health, 24% Auxiliary / Technical declared to have a good health, 38% of the Nurses told to have satisfactory health, 8% Auxiliary / Technical told to be hypertensive,5% Auxiliary / Technical told to have obesity, 10% Auxiliary / Technical declared to present lombalgia, arthralgia a and pains in the inferior members, among others; 12% of the nurses reported to get stressed easily and 7% of the Nurses told to have cephalalgia. The strategy to characterize self-care of Nursing Professionals made possible to identify elements that favored the realization of the reflexive analysis according to Bioethics about how these professionals are caring for themselves. We concluded that, due to the intense routine and to several realities of suffering that affects their work, the health of carers is threatened. We identified that close bonds to their families and friends are the values which, though with a great effort, they try to preserve.
KEYWORDS: Bioethics. Self Care. Nurse’s Role.
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Auto-organização, complexidade e formação da consciência bioética
Self-organization, complexity and the emergence of bioethical conscience
Autores:
Valdir Gonzalez Paixão Junior
Alfredo Pereira Junior
Enidio Ilario
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Resumo:
O presente artigo apresenta os conceitos de auto-organização e autonomia, a partir dos pensamentos de Michel Debrun e Edgar Morin, bem como uma discussão a respeito da formação da consciência bioética no processo educativo escolar. Essa consciência seria em parte o resultado de um processo “hetero-organizativo”, partindo de ações do educador que contribuam para o desenvolvimento da autonomia dos educandos e, assim, favoreçam sua auto-organização enquanto “sujeito ético responsável”.
PALAVRAS-CHAVE: Consciência. Educação. Bioética.
This article introduces the concepts of self-organization and autonomy as presented by the thought of Michel Debrun and Edgar Morin and their relationship to the development of a bioethical conscience by means of the school educational process. The proposal aims to contribute to the development of autonomy of students and thus be conducive to their self-organization as “responsible ethical subjects”.
KEYWORDS: Conscience. Education. Bioethics.
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After God: Morality and Bioethics in a Secular Age
Depois de Deus: Moralidade Bioética numa Era Secular
Autores:
H. Tristram Engelhardt Jr
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Bioética na distribuição comercial do papel cartão
Bioethics in cardboard commercial distribution
Autores:
Eduardo Gianini
Márcio Fabri dos Anjos
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Resumo:
A fabricação do papel tem inúmeras incidências de cunho ético nas sociedades modernas, desde seus impactos ambientais até suas múltiplas incidências nas relações sociais. Dentro desse quadro, o presente ensaio de Bioética analisou o segmento da comercialização do papel cartão, com objetivo de contribuir com a consciência societária na percepção dos problemas éticos nesse setor, bem como para sugerir possibilidades de educação ética para profissionais da área. Com método de aproximação bibliográfico, procurou estudar por meio da Bioética, alguns problemas éticos na comercialização do papel cartão. Entre os resultados se afirma a importância de normas que regulamentem o setor, mas ao mesmo tempo a necessidade da educação ética dos profissionais da área, no que o estudo de ética em sua formação universitária parece um importante passo.
PALAVRAS-CHAVE: Ética Profissional. Comércio. Bioética.
Paper manufacture in modern societies, especially of cardboard, affects from an ethical point of view the environment and also produces various repercussions among relationships in society. Given this scenario, the present Bioethical study analyses cardboard commerce, so as to contribute to social consciousness to identify the ethical problems that exist in this area, as well as to suggest educational possibilities for professionals. The approach method is bibliographical and aims to study, using Bioethical concepts, analytical data present in the cardboard trade chain. The corresponding standard aspects present in the Brazilian context are considered, as well as the frequently used commercial practice as widely broadcasted by newspapers and the media. Among the results found, we point out the need of a satisfactory legislation, as well as ethical education for professionals in the area. We note that for this to occur introducing ethical studies in the university degree program would be an important contribution.
KEYWORDS: Ethics, Professional. Commerce. Bioethics.
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Tráfico humano: a voracidade do mercado selvagem
Human traffic: the voraciousness of the wild market
Autores:
José André da Costa
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Resumo:
O tema deste artigo está diretamente ligado à atualidade da reflexão proposta pela Conferência Nacional dos Bispos Brasil (CNBB), a partir da Campanha da Fraternidade de 2014: Fraternidade e Tráfico Humano. O objetivo é desenvolver uma reflexão crítica do mercado capitalista usurpador dos Direitos Humanos, que não respeita o valor da dignidade da pessoa humana. A abordagem é estruturada em três momentos: o primeiro estabelece uma crítica do mercado capitalista, apontando sua relação com o tráfico de pessoas; o segundo reflete sobre o papel do estado com relação a sua negligência e conivência com a produção de vítimas; e, por fim, discute o tráfico humano desde a perspectiva ético-evangélica. O diálogo toma como pressuposto o texto-base da Campanha da Fraternidade, enfatizando seu alcance e significado ético-teológico-filosófico, sobretudo a partir da concepção do respeito à alteridade do outro como um imperativo ético-evangélico e uma definição teológica em defesa das vítimas do tráfico humano.
PALAVRAS-CHAVE: Tráfico de Pessoas. Estado. Capitalismo. Direitos Humanos.
The subject of this article is directly connected to the current relevance of the reflection proposed by the National Conference of Brazilian Bishops (CNBB), from the Campaign of Fraternity 2014: Fraternity and Human Traffc. The objective is to develop a critical reflection on the usurping of Human rights by the capitalist market, which does not respect the value of the dignity of human beings. The approach is structured in three moments: the first one establishes a criticism on the capitalist market, pointing to its relation with people traffic; the second thinks about the
role of the State regarding its negligence and connivance with victims’ production; and, finally, a discussion on human traffic from a evangelic-ethical perspective. The dialog takes as its foundation the base-text of the Campaign of Fraternity, emphasizing its reach and philosophical-theological ethical meaning, especially from the conception of the respect to alterity of others as an evangelic-ethical imperative and a theological definition in defense of victims of human traffic.
KEYWORDS: Human Traffi cking. State. Capitalism. Human Rights.
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Bioética – e agora, o que fazer?
Bioethics – what are we to do now?
Autores:
William Saad Hossne (Coordenador)
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World Medical Association Declaration of Helsinki Ethical Principles for Medical Research Involving Human Subjects
Autores:
World Medical Association
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Declaração de Istambul sobre Tráfico de Órgãos e Turismo de Transplante
Autores:
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