Edição v. 7, n. 2
REVISTA BIOETHIKOS
ABRIL / JUNHO DE 2013
Um tributo a Edmund Pellegrino No dia 13 de junho de 2013, faleceu, em Washington D.C. (EUA), o renomado e mundialmente conhecido médico e bioeticista norte-americano Edmundo Pellegrino, aos 92 anos e a poucos dias de completar 93 anos de vida. Infelizmente, no Brasil ele ainda não é muito conhecido, uma vez que nenhum de seus 23 livros como autor, coautor ou editor e nenhum de seus mais de 600 artigos científicos, a grande maioria deles escritos de madrugada, nas primeiras horas do dia em sua antiga máquina de escrever Olivetti, no âmbito da bioética, ética das virtudes, filosofia da medicina e ética médica, tenham sido traduzidos em português. Felizmente, esse silêncio vem sendo quebrado ultimamente com alguns bioeticistas, filósofos e médicos brasileiros que escrevem alguns artigos comentando e resgatando a importância do humanismo de Pellegrino e sua perspectiva em ética médica, bioética e filosofia da medicina e com algumas teses de doutoramento no contexto universitário, especificamente no âmbito da filosofia, saúde e bioética. Nos limites de uma nota editorial, apresentamos ao leitor uma biografia sumária de alguns aspectos de sua vida e obra que o colocam como um dos grandes pioneiros da bioética mundial. Edmund Daniel Pellegrino nasceu em 22 de junho de 1920 em Newark (New Jersey). Graduou-se pela St. John’s University (B.S) em 1937, recebendo seu MD pela New York University em 1944. Durante a sua vida profissional como médico e bioeticista, recebeu nada menos que 52 títulos de doutor honoris causa, além de vários prêmios e honrarias, entre elas o Prêmio Abraham Flexner, da Associação de Universidades Americanas, o Prêmio Benjamin Rush, da Associação Médica Americana. Foi um dos fundadores e diretor do famoso Kennedy Institute of Ethics (1983-1989) e do Centro Avançado de Estudos de Ética Clínica (1989-1994) na Georgetown University (Jesuítas). Além disso, Pellegrino foi membro Honorário ou Fellow de cerca de 20 sociedades científicas ou profissionais. Era professor de Medicina e Ética Médica no Center for Clinical Bioethics, da Georgetown University, desde 2001. Foi nomeado Presidente do Conselho de Bioética do Presidente dos Estados Unidos de 2005-2009 (President’s Council of Bioethics), aos 85 anos. Questionado por um repórter numa entrevista concedida ao periódico espanhol Diário Médico a respeito de sua avançada idade perante tão alta responsabilidade, ele respondeu: “Por que teria de deixar de pensar a partir dos 85?”. Como Presidente desse prestigioso Conselho de Bioética, produziu, sob sua direção, entre outros documentos, um de inquestionável importância: Dignidade Humana e Bioética: ensaios encomendados pelo Presidente do Conselho de Bioética (março de 2008), que foi publicado pela Editora da Universidade de Notre Dame (Indiana), em 2009. O Professor Pellegrino foi membro da Pontifícia Academia da Vida desde sua instituição em 1994, pelo Papa João Paulo II, sendo que em 2000 foi nomeado membro emérito. Em 2004, foi convidado a integrar o Comitê Internacional de Bioética da UNESCO. Foi também cofundador, com H. Tristram Engelhardt Jr, da prestigiosa publicação científica Journal of Medicine and Philosophy (Revista de Medicina e Filosofia), publicada pela Sociedade de Saúde e Valores Humanos e que visa estimular a reflexão filosófica e bioética no âmbito da medicina e da saúde em geral. Ao completar seus 90 anos de vida, manifestou o desejo de escrever mais três livros: “Desejo terminar a segunda edição do livro Filosofia da Medicina, que prevejo como um trabalho mais definitivo. E depois quero escrever um livro sobre teoria e prática da medicina clínica, que não tem sido realmente abordada convenientemente na perspectiva teórica. E então talvez um terceiro, sobre experiências pessoais que quero intitular ‘Alguém chamou um médico?’. Seria uma série de pequenas vinhetas”. Como vemos, idade nunca foi problema ou empecilho para Pellegrino inovar, criar e produzir cientificamente. Ele foi um cristão católico praticante de missa diária. A respeito de sua fé católica, disse que era “o elemento unificador mais importante de toda sua vida”. O Cardeal de Washington Donald Wuerl assim se expressou a respeito da morte de Pellegrino: “Em todas as suas múltiplas atividades e serviços, ele sempre apresentou uma sólida combinação entre sua expertise científica e uma profunda fé católica”. Para Pellegrino, “o bem-estar do paciente deve estar sempre acima dos interesses do médico”, visto que a medicina é uma “profissão especial”, por lidar com pessoas em estado de vulnerabilidade. Vejamos a seguir alguns aspectos da relação médico- paciente, numa entrevista dada à Revista Ser Médico – Cremesp (edição de 2011 Set;56:4-5). Pellegrino elege o princípio da benevolência (desejar o bem) como o mais importante no contexto da saúde. A benevolência (desejar o bem) é a primeira virtude da Ética Médica, e a Beneficência continua sendo o primeiro princípio da Ética Deontológica. A virtude da benevolência implica proteção do paciente, a partir da observação da vulnerabilidade trazida pela doença, da desigualdade da dependência e da assimetria de poder. “Pacientes devem confiar que o médico use seus conhecimentos de forma sensata e voltada para o bem, pois é isso que ele promete ao oferecer seus préstimos”. O que seria um médico virtuoso para Pellegrino? “É aquele que sempre se esforçará para levar em conta o estado vulnerável do paciente. (...) Na prática, para alcançar o bem e o bem-estar do paciente, o médico virtuoso deve demonstrar qualidades de caráter, como: virtudes morais – benevolência, honestidade, confiabilidade, fidelidade à promessa (...), compaixão e humildade; e virtudes intelectuais – competência técnica, habilidade, prudência e intuição. Para o médico religioso, poderíamos acrescentar virtudes como a fé, a esperança e a caridade”. Na situação de um médico ateu e seu paciente, a relação seria incompleta em comparação com médico que cultiva algum tipo de fé religiosa? Diz Pellegrino que “sob o aspecto técnico, não tenho dúvidas de que o profissional ateu é capaz de tratar de um paciente tão bem quanto o que tem religião. Porém, o primeiro está propenso a ignorar ou a depreciar o componente espiritual envolvido no atendimento, ou a deixar de apreciar o seu significado e, assim, falhar em relação ao holismo (integralidade) presente no contexto da cura. Penso ser insuficiente cuidar do paciente apenas como um mecanismo biológico ou psicológico, pois é ignorada a singularidade do ser humano entre as criaturas da biosfera, e negada a possibilidade da vida espiritual na qual ele acredita”. Ele foi sempre um autor prolífico e professor de grande projeção e erudição. Seus títulos acadêmicos nos obrigariam a utilizar várias páginas. Com este editorial, nossa Revista Bioethikos presta uma homenagem na despedida do decano de bioética mundial, pioneiro e líder incontestável na sua área de atuação profissional e intelectual; uma das raras unanimidades da área científica, um sábio humilde que ganhou o respeito e admiração dos líderes das mais diferentes correntes de pensamento filosófico, bioético e medicina científica atual. Um artigo deste número intitulado “Edmund Pellegrino: ícone da Bioética Cristã”, de autoria de Raul Marino Jr, um dos seus admiradores, e por que não dizer “discípulos” (“consideramos Edmund Pellegrino como a alma da moderna bioética cristã no último século”), nos ajuda a entender um pouco mais o importante legado que nos deixa Pellegrino.
A tribute to Edmund Pellegrino On June 13, 2013, the world renowned North American doctor and bioethicist Edmund Pellegrino died at 92 in Washington D.C. (USA), a few days left to complete 93 years of life. Unfortunately, in Brazil he is still not very known, since none from his 23 books as author, coauthor or publisher and none of his any more than 600 scientific articles, most of them written at dawn, in the first hours of the day in his ancient Olivetti typewriter, in the context of bioethics, the ethics of virtues, philosophy of medicine and medical ethics, have been translated in Portuguese. Fortunately, this silence was broken recently by some Brazilian bioethicists, philosophers and doctors who wrote a few articles commenting and rescuing the importance of the humanism of Pellegrino and his perspective in medical ethics, bioethics and philosophy of medicine and by some doctorate theses, specifically in the context of philosophy, health and bioethics. In the limits of a publishing note, we present readers a synopsis of some aspects of his life and work that show him to be one of the great pioneers of world bioethics. Edmund Daniel Pellegrino was born June 22, 1920 in Newark (New Jersey). He graduated at St. John’s University (B.S) in 1937, receiving his MD by New York University in 1944. During his professional life as doctor and bioethicist, he received no less than 52 honoris causa titles, in addition to several prizes and honors, among them the Abraham Flexner Award, from the Association of American Universities, the Benjamin Rush Award, from the American Medical Association. He was one of the founders and director of the famous Kennedy Institute of Ethics (1983-1989) and the Center for the Advanced Study of Ethics (1989-1994) in Georgetown University (Jesuits). Pellegrino was also Honorary Member or Fellow of nearly 20 scientific or professional societies. He was a teacher of Medicine and Medical Ethics in the Center for Clinical Bioethics, of Georgetown University, from 2001. There he was nominated President of the Council of Bioethics of the President of the United States in the period 2005-2009 (President’s Council of Bioethics) at 85 years old. Asked by a reporter in an interview granted to the Spanish magazine Diário Médico as to his advanced age before so high a responsibility, he answered: “Why would I stop thinking from 85 on?”. As the President of this prestigious Council of Bioethics, he organized, among other documents, one of unquestionable importance: Human Dignity and Bioethics: Essays Commissioned by the President’s Council on Bioethics (March of 2008), which was published by Notre Dame University Press (Indiana) in 2009. The Teacher Pellegrino was a member of Pontifical Academy of Life since its institution in 1994b by Pope John Paul II, and in 2000 was nominated emeritus member. In 2004, he was invited to integrate UNESCO’s International Committee of Bioethics. He was also cofounder, with H. Tristram Engelhardt Jr, of the prestigious scientific publication Journal of Medicine and Philosophy, published by the Society for Health and Human Values, which aims to stimulate philosophical reflection and bioethics in the context of medicine and health in general. While completing 90 years of life, he said he wanted to write three more books: “I want to finish the second edition of the book Philosophy of Medicine, which I predict to be a more definitive work. And then I want to write a book on theory and practice of clinical medicine, which has not been really approached as it must from a theoretical perspective. And then perhaps a third one, on personal experiences, which I want to entitle ‘Has Anybody Called the Doctor?’ This would be series of small vignettes”. As we may see, age was never a problem or hindrance for Pellegrino to innovate, to create and to produce scientifically. He was a practicing catholic Christian which attended daily mass. As to his catholic faith, he said that it was “the most important unifying element of all his life”. The Cardinal of Washington, Donald Wuerl, said about the death of Pellegrino: “In all his multiple activities and services, he always presented a solid combination of his scientific expertise and a deep catholic faith”. For Pellegrino, “the well-being of the patient must always be above the interests of the doctor”, since medicine is a “special profession”, due to dealing with persons in state of vulnerability. We present now some aspects of the patient-doctor relation, in an interview given to the Revista Ser Médico – Cremesp (2011 Set;56:4-5). Pellegrino elects the principle of benevolence (to want the good) as being the most important in the context of health. Benevolence (to want the good) is the first virtue of Medical Ethics, and Beneficence is still the first principle of Deontological Ethics. The virtue of benevolence implies protection to the patient, from the observation of the vulnerability brought by the disease, inequality of dependence and asymmetry of power. “Patients must trust the doctor uses his knowledge in a sensible way focused in the good, for this is what he promises while offering his services”. What would be a virtuous doctor for Pellegrino? “It is the one who will always make an effort to take into account the state of vulnerability of the patient. (...) In practice, to reach the good and the well-being of the patient, the virtuous doctor must demonstrate qualities of character such as moral virtues – benevolence, honesty, reliability, loyalty to the promise (...), compassion and humility; and intellectual virtues – technical competence, skill, care and intuition. For the religious doctor, we might add virtues as faith, hope and charity”. In the situation of an atheistic doctor and his patient, would the relationship be incomplete as compared to that where the doctor who cultivates some type of religious faith? Pellegrino says that “Under the technical aspect, I have not doubt the atheistic professional is able to treat a patient so well as the one who has a religion. However, the first one is inclined to ignoring or devaluing the spiritual component implicit in the service, or note being able to appreciating it and, so, failing regarding holism (integrality) present in the context of cure. I think it is not enough to take care of the patient only as a biological or psychological mechanism, since the peculiarity of human beings among creatures of the biosphere is ignored, and then we see denied the possibility of the spiritual life in which a patient believes”. He was always a prolific author and teacher of great projection and erudition. His academic titles would oblige us to use several pages to show. With this editorial, our Bioethikos Journal pays a tribute in the farewell of the oldest member of world bioethics, a pioneer and indisputable leader in his area of professional and intellectual work; one of the rare unanimously venerated of the scientific area, a humble wise man who gained the respect and awe of the leaders of the most different current trends of philosophical thought, bioethics and scientific medicine. An article of this number entitled “Edmund Pellegrino: an icon of Christian Bioethics”, by Raul Marino Jr., one of his admirers and why not say “disciples“ (“we consider Edmund Pellegrino the soul of modern Christian bioethics in the last century”), helps us to understand a little more the important contribution given by Pellegrino.
Perfil dos integrantes dos Comitês de Ética em Pesquisa em Seres Humanos no Estado de Santa Catarina, Brasil
Profile of members of Human Research Ethics Committees in the State of Santa Catarina, Brazil
Autores:
Juliana Alzira Gonzales Oliveira
Elcio Luiz Bonamigo
Bruno Rodolfo Schlemper Junior
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Resumo:
Os Comitês de Ética em Pesquisa em Seres Humanos (CEPs) foram criados, sobretudo, para defender os interesses dos participantes das pesquisas. Seu surgimento no Brasil deu-se com a Resolução n. 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. O aumento da complexidade e do número de pesquisas tornou o papel dos membros dos comitês cada vez mais difícil e relevante. O objetivo principal do estudo foi conhecer o perfil dos integrantes dos 25 CEPs do Estado de Santa Catarina. Trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória e transversal realizada por questionário eletrônico, contendo 21 perguntas fechadas, algumas com possibilidade de dupla resposta. Dos 64 membros que responderam, 59% eram do gênero feminino, 37,5% apresentavam idade entre 30 e 49 anos, 37% tinham mais de três anos de participação no comitê, 78,1% pertenciam a instituições universitárias, 67,2% eram docentes, 39,0% exerciam função ligada à pesquisa, 46,9% tinham conhecimento prévio de Bioética, 68,7% possuíam conhecimento sobre pesquisa e ética em pesquisa e 67,2% referiram dificuldades na análise de projetos de áreas especiais como genética, ensaios clínicos e pesquisas com indígenas. As decisões dos comitês foram descritas como consensuais em 97% dos casos. Contudo, 43,7% das respostas não assinalaram que a função primordial dos comitês é a defesa dos participantes das pesquisas. Concluiu-se que a maioria dos membros possui experiência em pesquisa e perfil adequado para a função, mas uma parcela expressiva não identificou seu papel de proteção dos participantes das pesquisas, inferindo-se a necessidade de se estimular o processo educativo continuado para membros de CEPs.
Palavras-chave: Ética em Pesquisa. Experimentação Humana. Membro de Comitê. Bioética.
Human Research Ethics Committees (HREC) were created mainly to defend the interests of research participants. Its emergence in Brazil occurred with Resolution no. 196/96 of the National Health Council. The increasing complexity and the number of researches made the role of committee members increasingly difficult and relevant. The main objective of this paper was to study the profile of the members of the 25 CEPs in the State of Santa Catarina. This is a descriptive, exploratory and transversal research held by electronic questionnaires, containing 21 closed questions, some with possible dual response. From the 64 members who responded, 59% were female, 37.5% were aged between 30 and 49 years, 37% had more than three years of participation on the committee, 78.1% were from academic institutions, 67.2% were teachers, 39.0% had functions connected to research, 46.9% had prior knowledge of Bioethics, 68.7% had knowledge about research and research ethics and 67.2% reported difficulties in the analysis of special projects in areas such as genetics, clinical trials and research with indigenous people. The decisions of the committees were described as consensual in 97% of cases. However, 43.7% of respondents did not report that the primordial function of the committee is to protect research participants. It was concluded that most of the members have experience in research and profile suitable for the role, but did not identify a significant portion of its role as that of protecting research participants, inferring the need to simulate a continuous educational process among members.
Keywords: Ethics, Research. Human Experimentation. Committee Membership. Bioethics.
A Lei Arouca e o uso de animais em ensino e pesquisa na visão de um grupo de docentes
Arouca Act and the use off animals in teaching and research according to a group of teachers
Autores:
Letícia Nascimento Oliveira
Gabriela Santos Rodrigues
Carolina Brandt Gualdi
Anamaria Gonçalves dos Santos Feijó
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Resumo:
A utilização de animais na investigação científica e na docência é um tópico que, embora não demonstre consenso, vem sendo bastante discutido no Brasil principalmente após a oficialização da Lei n. 11.794/08, conhecida como Lei Arouca. Essa investigação, portanto, buscou saber a opinião de um grupo de docentes da área da saúde e da biologia sobre essa prática, assim como sua visão sobre as Comissões de Ética ao Uso de Animais (CEUAs) institucionais. Os participantes foram entrevistados e suas respostas categorizadas pelo método qualitativo de análise de conteúdo. Dessa análise emergiram duas grandes categorias, cuidado e substituição, mostrando que estes profissionais se preocupam com o uso eticamente correto dos animais, enfatizando a atenção quanto à minimização da dor e sofrimento e substituição por métodos alternativos, sempre que possível, nas aulas práticas. Entretanto, os participantes não demonstraram unanimidade no que tange a essa substituição em pesquisa de ponta. Os respondentes, ainda, mostraram-se dispostos a seguir as recomendações do CEUA, reconhecendo sua importância na orientação quanto ao uso adequado dos animais no âmbito institucional.
Palavras-chave: Bioética. Animais. Legislação como Assunto.
The use of animals in scientific research and in teaching is a topic which, while not being the object of a consensus, has been widely discussed in Brazil, especially after the formalization of Act n. 11.794/08, known as Arouca Law. This research, therefore, aimed to know the opinion of a group of teachers in the area of health and biology about this practice, as well as their views about institutional Ethics Committees for the Use of Animals (CEUAs). Participants were interviewed and their responses categorized by the method of qualitative content analysis. Of this analysis emerged two broad categories, care and replacement, showing that these professionals are concerned about the ethically correct use of animals, emphasizing attention on minimization of pain and suffering and substitution by alternative methods, whenever possible, in practical classes. However, participants did not show unanimity regarding this substitution on edge research. Respondents also were willing to follow the recommendations of CEUAs, recognizing their importance in guiding the appropriate use of animals in the institutional sphere.
Keywords: Bioethics. Animals. Legislation as Topic.
Dos referenciais da Bioética – a Solidariedade
Bioethics ground principles – Solidarity
Autores:
William Saad Hossne
Franklin Leopoldo e Silva
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Resumo:
Apresentamos neste artigo algumas observações sobre a solidariedade na perspectiva de sua utilização nas deliberações bioéticas acerca de valores. Procuramos mostrar o arco semântico da noção segundo a tradição em que se formou desde a antiguidade, até os aportes modernos da sociologia e da filosofia, e o fazemos por via de questões a serem pensadas no âmbito ético da solidariedade.
Palavras-chave: Bioética. Princípios Morais. Valores Sociais.
We present in this article some observations on the solidarity in the perspective of its use in bioethical deliberations about values. We try to describe the semantic arch of the notion according to the tradition in which it was formed from the Antiquity to modern contributions of sociology and philosophy, we do it by means of questions to be thought in the ethical scope of the solidarity.
Keywords: Bioethics. Morals. Social Values.
¿Vida digna o muerte digna? Concepciones actuales
Dignified life or dignified death? Current concepts
Autores:
Ludwig Schmidt H.
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Resumo:
El presente artículo versa sobre las concepciones de vida digna y la recién acuñada de muerte digna, para avalar la posibilidad de hacer morir a una persona por criterios personales. La concepción de morir es el momento final de la vida física que un ser humano ha tenido dignamente. Lo que se busca es que no sea una mera decisión de suspender medios de sustento que se consideren desproporcionados, o rechazar un tratamiento, o darle una sedación final, sino la posibilidad que se converse con sus próximos o, de ofrecerle la posibilidad de que sus familiares y amigos, tengan posibilidad de hacerlo y despedirse tras una vida digna. La tecnología ha ofrecido nuevas categorías de muerte y los especialistas de medicina interna y expertos en tanatología están en proceso de definirlas.
Palabras-clave: Vida. Muerte. Derecho a Morir.
This article focuses on the conceptions of worthy life and the new expression “dignified death”, to endorse the possibility of allowing a person to die according to her personal criteria. The conception of death is the final moment of physical life a human being has with dignity. What is sought is not a mere decision to suspend support means deemed disproportionate, or refuse treatment, or give sedation until the end, but the possibility of sick people to converse with relatives, to offer the possibility that their family and friends do so and say good bye to life with dignity. Technology has provided new categories of death and internal medicine specialists and experts in thanatology are making efforts to define them.
Keywords: Life. Death. Right to Die.
Este artigo concentra-se nos conceitos da vida digna e na nova expressão “morte dignificada”, para endossar a possibilidade de permitir a uma pessoa morrer segundo seus critérios pessoais. O conceito da morte é o momento final da vida física que um ser humano tem com dignidade. O que se busca não é uma mera decisão de suspender meios de suporte considerados desproporcionais, ou recusar o tratamento ou dar sedação até o fim, mas a possibilidade de pessoas doentes conversarem com seus parentes, oferecer a possibilidade de que sua família e amigos façam isso e digam adeus à vida com dignidade. A tecnologia forneceu novas categorias de morte, e especialistas em medicina interna e peritos em tanatologia estão fazendo esforços para defini-los.
Palavras-chave: Vida. Morte. Direito a Morrer.
Bioetiche a confronto: comparazione tra Bioetica Anglo-americana, Europea, Latino-americana, Africana e Asiatica (II)
Bioethics in contrast: comparing Anglo-American, uropean, Latin American, African and Asiatic Bioethics (II)
Autores:
Antonio Puca
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Resumo:
Edmund Pellegrino: ícone da Bioética Cristã
Edmund Pellegrino: an icon of Christian Bioethics
Autores:
Raul Marino Jr
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Resumo:
A análise do pensamento filosófico, ético e moral, e das ideias exaradas em mais de dois milênios e meio de Filosofia, pelos mais insignes pensadores, quando submetida a uma revisão sistemática baseada em evidência, embora não utilizando métodos quantitativos ou estatísticos (que caracterizariam uma meta-análise) para interpretar esses estudos, nos leva a concluir que, através das idades, houve o aparecimento de muitos sistemas de pensamento, que, além do combate à existência de uma Filosofia verdadeira, se combatem entre si no choque das contradições, sem chegar a uma Filosofia ou Ética única e certa, como a posse da verdade; toda a vida intelectual, moral, social e religiosa da humanidade parecendo soçobrar num abismo, insondável de absurdos e contradições. A ética das virtudes, do caráter, do cuidado, da responsabilidade e do direito foi elevada exponencialmente às alturas pelo bioeticista Edmund Pellegrino e sua escola, como a forma mais sublime e nobre – a nosso ver –, que fala ao nosso coração, sentimentos, emoções, afetividade e sensibilidade humana, construindo uma verdadeira Filosofia no cenário moral, ético e bioético atual, sintetizando o sonho de uma ética global como pedra angular de uma Bioética Cristã.
Palavras-chave: Bioética. Cristianismo. Espiritualidade.
The analysis of philosophical, ethical and moral thought, and the ideas proposed in more than two millennia and a half of Philosophy, by the most important thinkers, when submitted to a systematic review based in evidences, although not employing quantitative methods or statistics (or meta-analysis) in order to interpret these studies, lead us to the conclusion that, through the ages, there were many systems of thought which, besides fighting for the existence of a true philosophy, also fight among themselves, in collision with their own contradictions, without reaching an unmatched and correct ethics of philosophy as the possession of truth; the whole intellectual, moral, social and religious life of humankind seems to sink in a bottomless abyss of absurd and contradiction. The ethics of virtue, of character, of care, of responsibility and of justice was exponentially elevated to its climax by the bioethicist Edmund Pellegrino and his school, as the most sublime and noble form – in our opinion – that speaks to our heart, feelings, emotions, affects and human sensitivity, thus becoming a true philosophy in the present moral, ethical and bioethical scene, synthesizing the dream of a global ethics, as a keystone for a Christian bioethics.
Keywords: Bioethics. Christianity. Spirituality.
Territórios e Identidade da Bioética
Territories and identity in Bioethics
Autores:
Christian Byk
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Resumo:
Albert Schweitzer e a filosofia da “ética de respeito à vida”
Albert Schweitzer and the philosophy of the “ethics of respect to life”
Autores:
José Marques Filho
William Saad Hossne
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Resumo:
O nascimento formal da Bioética, uma nova área do conhecimento humano, ocorreu após duas publicações de Potter, pesquisador norte-americano, no inicio da década de setenta do século passado. Entretanto, o neologismo bioética foi pioneiramente utilizado por Fritz Jahr, na Alemanha, em publicação datada de 1927. O reconhecimento do valor da vida de todas as criaturas do planeta, defendida por Fritz Jahr em seu “imperativo bioético”, também foi foco de reflexões e postura ética por diversos outros autores. Essas contribuições teóricas certamente influenciaram na criação
da Bioética potteriana. Um desses autores foi o médico Albert Schweitzer, respeitado como uma das pessoas pela qual a humanidade tem uma dívida de gratidão, principalmente pelo seu incomparável espírito de sacrifício, de filantropia e de compaixão. Recebeu ao longo de sua vida inúmeras homenagens, entre elas, o prêmio Nobel da Paz, em 1952. A vida e a obra de Schweitzer têm reconhecimento universal, mas seus textos sobre filosofia são menos conhecidos. O escopo deste texto é apresentar, ainda que sumariamente, as bases filosóficas – da “Ética de respeito à vida” – e uma breve biografia de um dos homens mais importantes do século XX.
Palavras-chave: Bioética. Biografia. Animais. Ética.
The formal birth of Bioethics, a new area of human knowledge, occurred after two reports by Potter, the North-American researcher, in the beginning of the nineteen seventies. However, the neologism Bioethics was used for the first time by Fritz Jahr, in Germany, in a report of 1927. The recognition of the value of all living creatures in the planet, defended by Fritz Jahr by means of his “bioethical imperative”, was also the focus of reflections and ethic attitudes by several other authors. Those theoretical contributions certainly influenced the creation of the Potterian Bioethics. One of those authors was the physician Albert Schweitzer. He is respected as one of the persons whom humanity owes gratitude, mainly by his incomparable spirit of sacrifice, philanthropy and compassion. In his life he was countless times rendered homage, among them the Nobel Prize of Peace in 1952. The life and work of Schweitzer have universal recognition, but his texts about Philosophy are less known. The aim of thistext is to spread, even though summarily, the biography and the philosophical bases of the “Ethics of respect to life” by one of the most important men of the Twentieth century.
Keywords: Bioethics. Biography. Animals. Ethics.
A bioética serroniana: uma “ciência”, duas disciplinas?
Serronian Bioethics: a “science”, two disciplines?
Autores:
Carlos Costa Gomes
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Resumo:
Daniel Serrão lança-nos o desafio de olhar para a Bioética como duas disciplinas que navegam entre o ser e o agir ou como dois modos diferentes para reflectir sobre a Bioética: o primeiro olha-o como reflexão; o segundo como processo decisório. A Bioética I ou de Autor é uma antropologia filosófica e racional, e a Bioética II de Decisão é promover as decisões que sejam boas para o maior número de pessoas e conformes com os valores sociais e a paz.
Palavras-chave: Bioética. Tomada de Decisões. Antropologia.
Daniel Serrão challenges us to look to Bioethics as being two disciplines that navigate between being and act or as two different modes of reflecting on Bioethics: the first sees it as a reflection, and the second as a decision process. Bioethics I or Author Bioethics is a rational philosophical anthropology; Bioethics II or Decision Bioethics aims at making decisions good to the greatest possible number of people and made according to social values and peace.
Keywords: Bioethics. Decision Making. Anthropology.
Bioética – e agora, o que fazer?
Bioethics – what are we to do now?
Autores:
William Saad Hossne
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Resumo:
Fifteen Days of Glory
Autores:
Amir Muzur
Iva Rinčić
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Resumo:
CÓDIGO DE BIOÉTICA PARA EL PERSONAL DE SALUD 2002 – MÉXICO
Autores:
Abrir resumo
Resumo: