Convidamos o Prof. Luciano Oliveira, membro do Núcleo de Direitos Humanos e Saúde Mental do Centro Universitário São Camilo, para falar sobre a importância do Dia Internacional dos Direitos Humanos.

"Queridos amigos camilianos, hoje é uma data muito especial, pois, no dia 10 de dezembro de 1948, foi estabelecida a Declaração Universal dos Direitos do Homem pela Organização das Nações Unidas (ONU). Os fatos que propiciaram a criação dessa Declaração foram as atrocidades ocorridas no decorrer da Segunda Grande Guerra Mundial (1935 a 1945), na qual milhões de pessoas foram mortas em função de ideologias nefastas que resultaram no aviltamento, descrédito e banalização da condição humana. 

Como resposta a tal atrocidade, tal declaração expedida pela ONU implementou e efetivou, em nível mundial, um conjunto de direitos comum a todas as pessoas, independentemente, de classe social, econômica, religiosa, entre outros, mas que tem por base a dignidade da pessoa humana, o que equivale a dizer que cada pessoa deve ser tratada com respeito, estima e valor por serem esses valores intrínsecos a própria natureza humana.

Essa humanidade intríseca é respeitada quando agimos para com o próximo como gostaríamos de ser tratados, ou seja, quando agimos eticamente e com alteridade, sempre nos colocando no lugar dos outros para o quais iremos agir e nos perguntando se gostaríamos de receber o mesmo ato. Sempre que entendermos que o iremos fazer é bom e resulta no bem, no respeito ao próximo e aos seus direitos, estamos num bom caminho e deve ser feito.

Entretanto, apesar do respeito à dignidade humana parecer tão distante, ela é tão prática, atual e está presente nos fatos mais comezinhos de nossas vidas, porque sempre que estivermos em relação com alguma pessoa, teremos a oportunidade de agir com alteridade, como, por exemplo, quando estamos dirigindo e entramos num dilema ético de ultrapassar o farol vermelho ou não, ou, quando iremos nos posicionar nas redes sociais e temos de escolher as melhores palavras para emitir nossos pensamentos e, ao mesmo tempo, não lesar a moral e a dignidade alheias.

E como é atual pensarmos em respeitar os direitos humanos do próximo! Estamos vivendo em uma época de extremos, na qual os valores básicos parecem se definhar e esgotar, pois quantos grupos vulneráveis  há ainda e que lutam por acesso a direitos? Quantas violações existem e são perpetradas nas redes sociais, as quais geram discursos de ódio camuflados  sob a alcunha de “liberdade de expressão”?  Quantas pessoas passam necessidades básicas e que estão escondidas e marginalizadas em processos de exclusão?

Essas são questões que devem nos indignar e nos incomodar, fazendo com que olhemos as violações aos direitos e que estão na invisibilidade do esquecimento social, e que possamos agir com cidadania e dentro de uma cultura de concretização de direitos e de paz em prol da construção de uma sociedade mais justa, igual, autônoma e diversa.

Desse modo, hoje é um dia de comemoração, mas, também, de conscientização, pois podemos nos colocar numa posição de cidadania para agirmos com base em um novo ideário, numa base ética mais sólida, a dos direitos humanos, fazendo com que não só lutemos pelos nossos direitos, e, sim, ainda, pelos direitos do próximo, pois, numa hora ou outra, seremos o próximo, de alguma forma, e necessitaremos de respeito e dignidade. Viva, então, a este dia tão especial! "

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