Na última sexta-feira, 11 de maio, os diretores da Associação Paulista de Medicina debateram a entrada do capital internacional na Saúde e os desafios e as oportunidades decorrentes desse investimento. A discussão foi motivada por palestra sobre o tema, ministrada pelo convidado Fernando Fernandes, fundador da Maat Health Intelligence, empresa de consultoria médica especializada em gestão de Saúde. O palestrante representou o Centro Universitário São Camilo, que é parceiro da APM na realização do MBA Executivo Gestão em Saúde.

Convidado pela diretoria de Economia Médica da APM – composta por Paulo de Conti e Carlos Alberto Martins Tosta -, Fernandes é médico formado pela Santa Casa de São Paulo e possui currículo acadêmico extenso: é especialista em Cirurgia Geral e Homeopatia e cursou MBAs de Administração em Saúde e Auditoria Médica (estes pela Fundação Getúlio Vargas – FGV), Inovações e Mídias Sociais e Evidências.

Em sua exposição, ele reforçou como está configurado, atualmente, o sistema de saúde suplementar no Brasil, o papel de cada órgão e os componentes do índice de sinistralidade adotado pelas operadoras. Também abordou os itens responsáveis pelo aumento dos custos da Saúde, entre os quais envelhecimento populacional, doenças crônicas, fraudes, hiperespecialização, etc.

O palestrante também retomou o histórico de aquisições de operadoras por parte de grandes grupos estrangeiros: a United Health adquiriu a Amil, a Bupa comprou a Care Plus e o grupo Sompo adquiriu a Marítima, entre outras incorporações e participações. Ele explicou que no começo do século eram 1.400 operadoras no País, sendo que hoje são pouco mais de 800, mostrando a concentração cada vez maior.

Desde 2015, com a aprovação da Lei 13.097 - que altera a Lei Orgânica da Saúde (8.080/1990) -, é permitido ao capital estrangeiro participar diretamente na prestação de assistência à saúde da população. Desta maneira, investidores de todo o mundo podem abrir ou tornarem-se sócios e acionistas de clínicas, hospitais e operadoras de planos de saúde no Brasil.

“Essa realidade nos faz ter que pensar bem antes de atacar ou defender fusões e aquisições. Há vários cenários que podem ocorrer. Segundo pesquisa de 2015, feita pela KPMG, os executivos e investidores em Saúde acreditam que o maior problema quando entram aqui, por incrível que pareça, é a dificuldade do idioma. As pessoas não se adaptam às culturas dos novos compradores. Na visão deles, trabalhar sob pressão também é complicado para o brasileiro”, detalha Fernandes.

Adaptações para o futuro
Para José Luiz Gomes do Amaral, presidente da APM, é necessário que todos os profissionais juntem as suas valências para fazer uma Medicina mais eficiente. “Temos que preparar os jovens médicos para serem eficientes ao enfrentarem a realidade de uma Medicina internacional, pois o investimento estrangeiro traz consigo as práticas estrangeiras. Precisamos nos qualificar para acompanhar esse momento.”

Sobre o assunto, o convidado falou das adaptações tecnológicas pelas quais os médicos deverão passar. São inovações da ordem dos chat bots, das machine learnings, do Block Chain, da Saúde Digital, da Telemedicina, da Internet das Coisas, da big data, entre outros. Conforme mostrou, o acesso à internet está crescendo exponencialmente a cada ano, e isso altera todos os setores.

Créditos: Site APM
Fotos: Marina Bustos

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