Em comemoração ao Dia Nacional do teste do Pezinho, a docente do curso de enfermagem, Profa. Dra. Lourdes Bernadete, e a coordenadora do curso de enfermagem Profa. Dra. Maria Inês Nunes, comentam sobre a importância da realização desse exame em recém-nascidos.
O que seria o teste do pezinho?
A triagem neonatal, ou Teste do Pezinho, é um exame feito a partir de sangue coletado do calcanhar do bebê. Ele permite identificar e impedir o desenvolvimento de doenças genéticas ou metabólicas que podem desencadear deficiência cognitiva e comprometer a qualidade de vida da criança.
O exame é feito no calcanhar por ser uma área bastante irrigada do corpo humano, facilitando assim a realização da triagem.
Qual a sua importância para o recém-nascido?
É importante fazer o teste do pezinho em todos os recém-nascidos, uma vez que as doenças identificadas pelo exame não apresentam sintomas ao nascimento. Caso não sejam tratadas cedo, elas podem levar à deficiência intelectual e causar sérios prejuízos para a qualidade de vida da criança.
Hoje em dia, o Teste do Pezinho Básico é obrigatório por lei em todo o território nacional. Alguns municípios, inclusive, não permitem que a criança seja registrada em cartório se não tiver feito o exame anteriormente.
É muito importante ressaltar que o período ideal para a coleta é após 48 horas do nascimento, entre o 3º e 5º dia de vida do bebê.
Como ele é realizado?
É recomendado posicionar o acompanhante/responsável que deve ficar em pé e segurar o RN na posição vertical, com as costas do RN voltadas para o profissional de coleta que, por sua vez, deverá estar sentado.
Aquecer e massagear o calcanhar do RN com o objetivo de garantir a vasodilatação adequada para coleta. Faça antissepsia do calcanhar do bebê com algodão/SWAB umedecido em álcool 70%, aguarde o álcool secar.
Obedecer rigorosamente aos locais de punção: S=SIM - local ideal para punção (faces laterais do calcâneo) e N=NÃO - local proibido para punção (região central do calcâneo). Importante: Capilares e agulhas não são instrumentos adequados para este tipo de punção e não devem ser utilizados. A punção deverá ser realizada com lanceta.
Evite o sangramento abundante, pois resultará em uma camada excessiva de sangue no papel. Se isso acontecer, estanque o sangramento com algodão seco e aguarde um fluxo de sangue mais lento e contínuo.
Encoste o verso do primeiro círculo do papel-filtro na gota de sangue formada. Deixe o sangue fluir naturalmente. Faça, lentamente, movimentos circulares com o papel, impedindo que o sangue coagule no calcanhar, ou no papel, durante a coleta.
Quais são as doenças identificadas pelo teste?
Atualmente, o teste que o SUS realiza engloba seis doenças (Fenilcetonúria, Hipotireoidismo congênito, Fibrose cística, Hemoglobinopatias, Hiperplasia adrenal congênita e Deficiência de biotinidase). No entanto, no dia 26/05/2021 o presidente Jair Bolsonaro sancionou, em cerimônia no Palácio do Planalto, o projeto de lei (PL) que amplia o número de doenças rastreadas pelo teste do pezinho.
Dessa forma, com a nova PL, agora sancionada, o exame do pezinho vai englobar 14 grupos de doenças, que podem identificar até 53 tipos diferentes de enfermidades e condições especiais de saúde.
Vale lembrar que a rede privada já disponibiliza versões mais completas do teste, que podem rastrear até 50 doenças, desde metabólicas, genéticas e infecciosas, como a toxoplasmose congênita. E agora a rede pública também vai poder oferecer esse exame mais ampliado.
A ampliação do teste será feita gradualmente. O Ministério da Saúde está responsável pelo prazo de inclusão do rastreamento das novas doenças. As mudanças entrarão em vigor somente em 365 dias após a publicação do texto, que será a partir de maio de 2022.
Fonte:
Profa. Dra. Lourdes Bernadete Alexandre, docente do curso de Enfermagem
Profa. Dra. Maria Inês Nunes, coordenadora do curso de Enfermagem