Com alta demanda por médicos em hospitais, profissionais formados em outros países não conseguem validar diploma

Data: 03/04/2021

Por: Renata Ribeiro

Ministério da Saúde ampliou o "Mais médicos" para profissionais contratados o ano passado. A medida prevê a prorrogação automática de aproximadamente 2,9 mil profissionais, que teriam de encerrar as atividades a partir de abril.

Com hospitais pressionados pela necessidade cada vez maior por leitos para Covid-19, a falta por profissionais da área da saúde cresce e o problema é que quem se formou em outros países não está conseguindo validar o diploma para trabalhar no Brasil. Segunda fase do exame ainda não tem data marcada.

No Centro Universitário São Camilo, os profissionais da saúde são treinados para atuar na linha de frente para Covid. Eles aprendem a posição do paciente, a vazão do oxigênio do ventilador, a hora certa de entubar e extubar.

Atualmente, oito em cada dez leitos são ocupados por pacientes com quadro grave de Covid-19 e dependem de ventilação mecânica.

"A gente tem uma demanda maior e também uma complexidade muito maior dos quadros e necessidade de acompanhamento muito mais crítico, muito mais demandante. E isso obviamente mudou a característica das UTIs e transformou num ambiente próximo a um ambiente de guerra", disse Raphael Einsfeld, coordenador de medicina do Centro Universitário São Camilo.

A rede de hospitais particulares com três unidades na cidade de São Paulo abriu 250 vagas para profissionais. "De fato, não tem profissionais formados pra atuação em nível de complexidade que a gente tem atuado dentro das UTIS. Os médicos intensivistas, a gente tem buscado inclusive o apoio da Universidade São Camilo, mas enfermeiros, e auxiliares, de fato precisam de experiência pra poder lidar com os pacientes e até com a complexidade da doença", disse Ana Paula Leite, gerente executiva de RH do São Camilo.

Este também é o desafio do Hospital das Clínicas, que acaba de abrir novos leitos: 58 nas UTIs e 75 nas enfermarias.

A cubana Yamina Garcia Valdespino ainda não conseguiu usar o diploma e a experiência de intensivista. "No ano 2019, eu tentei entrar para fazer a Revalida em uma Universidade de São Paulo e aí todos os estrangeiros que tentaram fazer, ninguém ficou na prova. Tivemos que pagar 3 mil reais, mas não deu certo pra ninguém."

Revalida é um exame de conhecimento, habilidade e competência que autoriza o médico estrangeiro a trabalhar no Brasil. No ano passado, 15 mil pessoas fizeram a primeira fase da prova. O maior número de inscrições foi de brasileiros, depois os cubanos e 13% foram de outras nacionalidades

O problema é que a segunda fase, uma prova prática, ainda não tem data para ser marcada. "Eu vim para o Brasil porque eu escutei na Venezuela que tinha muita necessidade de médicos nesse país. Eu imigrei para o Brasil, mas quando cheguei aqui, me deparei com essa realidade, de que muitos médicos ficaram aqui, principalmente médicos cubanos, que ficaram do mais médicos e estão desempregados ainda. E eu fiquei desempregado, não tive oportunidade", disse Yasmina.

O Ministério da Saúde ampliou o "Mais médicos" para profissionais contratados o ano passado. A medida prevê a prorrogação automática de aproximadamente 2,9 mil profissionais, que teriam de encerrar as atividades a partir de abril.
Os médicos têm até 8 de abril para manifestar interesse em continuar.

Fonte: G1

Link da Matéria: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2021/04/03/com-alta-demanda-por-medicos-em-hospitais-profissionais-formados-em-outros-paises-nao-conseguem-validar-diploma.ghtml

 

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